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Críticas

Cineplayers

Absolutamente sem graça e clichê. O maior pecado, porém, é entrar no circuito no lugar de filmes melhores.

2,0

Exemplar vagabundo do cinema independente, O Ex-Namorado de Minha Mulher, tremenda bobagem mal realizada, mal interpretada e mal resolvida, chega aos cinemas brasileiros no chamado “circuito de arte”. O roteiro é de dois estudantes de Yale que participaram do clube de teatro da universidade e resolveram escrever essa história sem grandes pretensões - daí o vôo raso do filme. Pode-se defender o filme por esse viés, de dar uma chance para os novos talentos. Mas precisavam escolher um tão bobo para estrear no circuito brasileiro? 

Conta os quiproqüós de um chef de cozinha que, depois de ser demitido, resolve se mudar com a mulher e o filho recém-nascido para o interior, Ohio, para trabalhar com o pai dela numa agência de publicidade que tem como “gênio” um arrogante paraplégico que foi namorado da mulher.

É uma comédia de costumes sem graça que constrange o público com seu humor politicamente incorreto de piadas sobre o cadeirante, caipiras do interior e de um desempregado. A produção amadora, a inexperiência da dupla de roteiristas, a falta de visão do diretor e a pretensão do conjunto formam um caldo indigesto, com Mia Farrow fazendo uma ponta que é de dar pena.

Zach Braff defende seu personagem com força e se sai bem, mas o mesmo não se pode dizer de Amanda Peet e o restante do elenco, todos em piloto automático. Não há muito mais o que dizer dessa sessão da tarde infeliz, apenas a lamentar. Com tanto filme que não estreou no país ainda, e outros que ainda não vão estrear, a presença desse tipo de produção é no mínimo incômoda.

Incrível esse filme que, se passado na TV já seria triste, não só chega ao cinema como faz isso por uma distribuidora que se pretende não comercial e defensora do cinema de autor. É um daqueles lançamentos de pacote: as distribuidoras internacionais vendem os filmes mais famosos e rentáveis em pacotes com outras tranqueiras como essa que, se vendidas em separado, não teriam a menor chance.

Trata-se de uma produção da Weinstein Company, do famoso Harvey Weinstein, o ex-chefão da Miramax que venceu mais de 20 Oscar em 10 anos, entre eles o de melhor filme, para Shakespeare Apaixonado. Mas, desde que foi demitido da Disney (que comprou a Miramax), montou essa empresa por enquanto caça-níqueis e vem contribuindo para baixar o nível do cinema abusando do universo do chamado cinema indie (ou independente). É tanto filme sobre os mesmos assuntos, produzidos a rodo e sem cuidado, que a Weinstein filme, que antes era sinônimo de uma certa qualidade (não muita, é verdade), acabou se tornando uma vendedora de abacaxis.

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