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Críticas

Cineplayers

Filme comete os mesmos erros de sempre do gênero.

4,5

Quando um filme se inicia com uma informação falsa, fica difícil de se levar a sério o restante, ainda mais uma frase como “inspirado em fatos reais”, que imediatamente nos remete àqueles telefilmes de terceira. Dos tais fatos reais, o máximo de veracidade que existe no roteiro é uma vaga lembrança do diretor estreante Bryan Bertino sobre um fato ocorrido em sua infância.

Fica também difícil de aceitar um filme de suspense/terror que cometa os mesmo erros que seus antepassados slashers da década de 1980. Afinal, não há adolescente que caia na história de que mocinhos de filme de terror são estúpidos o suficiente para não saber que celulares funcionam plugados na energia elétrica ou que o pior lugar para se fugir quando cercado é um celeiro cheio de objetos cortantes.

É lamentável que Os Estranhos peque em questões tão primárias, porque poderia sim ser um razoável filme de terror. Todo o andamento imposto em sua primeira metade é um primor, com a construção da tensão de forma elegante, auxiliada por uma bela fotografia de tons quentes e cheia de sombras. A atmosfera é intrigante, ainda que não tão claustrofóbica quanto se poderia supor. Mas quando o casal principal, interpretados por Liv Tyler e Scott Speedman, se vê aterrorizado dentro de sua própria casa por bizarras figuras mascaradas, o caldo entorna.

O tipo de tensão até então usado – talvez bastante particular aos filmes setentistas como Terror Cego, de Richard Fleischer –, dá lugar a pseudo-explosões de adrenalina, com direito a uso excessivo de steadycams, falsos sustos, psicopatas mascarados, o clichê-mor do assassinato cometido erroneamente e o velho uso das diferenças de Q.I. entre mocinhos e vilões, com ampla vantagem para os segundos, claro.

O filme nem sequer aproveita o fato dos Estados Unidos ser um país que sofre com essa problemática – outra legenda nos informa que a cada ano o país sofre com mais de um milhão de crimes violentos –  e a (nem tão mais) recente onda de tragédias cotidianas para fazer analogias com sua história. 

Enfim, se você quer mesmo se assustar, melhor rever Tiros em Columbine. A violência do mundo real é muito mais forte e cruel. Do mundo real de verdade.

Comentários (1)

Paulo Faria Esteves | terça-feira, 25 de Junho de 2013 - 12:28

Esta crítica em particular não está muito desenvolvida, é verdade...mas creio que é importante registar que o Andy Malafaya era um grande editor e também um grande crítico. E sentimos a falta dele...

Just saying!😉

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