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Críticas

Cineplayers

Mais um suspense medíocre no mercado, mais uma tentativa de final-surpresa que não funciona.

5,0

Os Esquecidos é uma típica mistura de gêneros e uma reciclagem de muitos filmes já vistos anteriormente. É às vezes um suspense; outras, um drama; outras, terror; e, finalmente, outras, ação. Às vezes lembra filmes como Inimigo de Estado (que por sua vez lembra Intriga Internacional, de  Hitchcock) – mulher inocente é perseguida pelo FBI como gato e rato; outras lembra típicos dramas familiares, como  Entre Quatro Paredes – mãe perde o filho e a família começa a desmoronar; outras, ainda, lembra Sob o Domínio do Mal – lavagem cerebral para manipulação das pessoas; e, finalmente, às vezes lembra  O Sexto Sentido – as coisas não são muito bem o que parecem ser. Complementando um pacote diversificado temos uma história que vai ficando cada minuto mais esquisita, até uma certa revelação deveras absurda.

É mais um exemplar vindo da "Terra do Cinema" que tenta criar imersão para o espectador desenvolvendo um suspense e um clima para uma – provável – revelação final surpreendente. Aqui a revelação é absurda e, infelizmente, criada em cima de um argumento fraquíssimo (não revelarei nenhum segredo importante, como já é de praxe). Então, mesmo se tal final faz sentido, ele é frágil como um cristal, até mesmo inocente, o que é de certa forma decepcionante com um elenco tão forte em um filme tecnicamente muito bom. Pelo menos o filme funciona de forma bastante satisfatória até perto de seu final, entretendo razoavelmente bem, mesmo que tenha o ritmo um pouco lento.

O filme fala sobre a situação de Telly, interpretada pela sempre ótima atriz Julianne Moore. Telly perdeu seu filho em um acidente de avião e vem sofrendo lapsos de memória. Sua vida particular com seu marido Jim (Anthony Edwards) está praticamente arruinada por causa da sua tristeza e, para piorar, Telly deve começar a encarar o fato de que ela pode ser na verdade apenas uma louca: seu filho pode nem mesmo existir e o acidente de avião pode ser criação de uma mente doente. Então, Telly é louca!? Seu filho está ou não vivo!? Se é que ele existe realmente! Por que de repente os federais começam a perseguí-la!? Deve haver algo muito maior por trás de todo esse mistério. Todas essas são perguntas que podem fazer o espectador ficar realmente atento à trama, como de fato aconteceu comigo. Você assiste sabendo que não há nada de novo nessa história, mas ela tem nível suficiente para, mesmo assim, poder manter o interesse do espectador.

Esteticamente este também é o thriller ordinário de Hollywood. A produção é bastante caprichada, mas às vezes a impressão que dá é a de que estamos vendo um trabalho feito diretamente para a televisão (mais convencional e “preguiçoso” na direção). Ainda assim, na medida do possível (leia-se: até onde o roteiro permite), o diretor Joseph Ruben consegue fugir de clichês, criando momentos tensos e até mesmo alguns sustos realmente imprevisíveis (mas a grande maioria deles ainda é previsível, ou seja, na realidade não se caracterizam como sustos). Felizmente, o maior dos clichês evitados por Ruben foi o de criar um romance entre Telly e Ash, o outro personagem envolvido nos mistérios do filme.

Os Esquecidos é isso! Não há muito mais o que adicionar em relação a ele. Não é um filme inteligente (embora tente ser) e é muito pouco original. É o feijão-com-arroz dos suspenses. Não posso recomendar um filme como este, por mais que adore a atriz Julianne Moore (que está muito bem aqui, diga-se de passagem). Mesmo para os fãs do gênero o filme é dispensável. Na realidade, para eles mais do que para todos os outros, pois eles não precisam rever algo que já viram tantas vezes anteriormente. A verdade é que ninguém pode acusar o filme por isso, afinal ele só está seguindo a tendência atual de ser medíocre.

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