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Críticas

Cineplayers

Um completo desperdício de celulóide.

2,0

Vamos considerar que a fórmula para fazer um filmezinho de terror para lá de batido, mas que sempre agrada a quem gosta do gênero e que tire uma nota 7 no máximo e assim gere alguns milhões é bem simples: uma mãe que é capaz de tudo por seu filho ou filha é imprescindível. A criança deve ser dócil, mas com problemas não revelados, algo misterioso. Tudo vai ocorrer num lugar que elas nunca estiveram antes, que tenha uma história macabra sobre os ex-moradores sendo desvendada mais tarde por um velho ou com auxilio da biblioteca pública, no acervo de jornais antigos. Pronto, junte tudo isso, tempere com suspense, agonia e gritos e poderá sair do forno algo muito bom como “O Chamado”, ou um filme mediano como “Água Negra” ou ainda pode ser que desande tudo e nem na mesmice o filme consiga ficar, apagam-se as luzes e o filme se perde numa completa “Escuridão”.

Pois bem, agora falando sério e sem trocadilhos: que desastre! O filme “Escuridão” de Jonh Fawectt é na melhor (e mais educada) das hipóteses uma perda de tempo. Se o roteiro seguisse a tal fórmula mágica para a mesmice do terror poderia ter a felicidade de ser uma “Sessão da Tarde” de roteiro bem batido, mas nem isso. Mãe leva a filha para visitar o pai, que separado da mulher está morando num pedaço de terra no meio do nada, cercado por praias e um penhasco e ovelhas. A menina Sarah interpretada por Sophie Stuckey tem problemas de relacionamento com a mãe Adèle (Maria Bello). Num dos passeios pela praia, se distancia dela e simplesmente desaparece. Começa aí o mistério. Histórias sobre os antigos moradores daquele local e uma menininha (Ebrill por Abigail Stone) da mesma idade que morreu ali são contadas por Dafydd (o velho) interpretado por Maurice Roëves, mas só quem dá crédito é a mãe (claro!), Sean Bean é  James, o pai descrente nas lendas que prefere continuar a busca com a Marinha.

O roteiro é vazio, perde-se em sua própria escuridão. O filme fica girando em cima da mesma idéia e não chega a lugar nenhum. Até existe uma história a se contar, o velho até tenta e nos cede a única surpresa no roteiro do filme. O problema - que foi uma verdadeira pá de cal - é que, ao invés de espalhar a trama pelos 93 minutos do longa-metragem, é tudo dito de uma vez só e em dois míseros minutos, a mãe descobre o resto em mais dois minutos na biblioteca e é só! Acabou o roteiro!! O resto é uma fotografia insólita, com um visual que no início é muito lindo, mas que acaba cansando, muito grito, cenas rápidas e uma vilã atuando melhor que a garotinha e sua (o que não significa bem). Símbolos que poderiam explicar mais se perdem na historia e o código Morse usado pela menina e o pai poderia ter sido a sacada do filme, mas perde a importância. Ainda assim, muito susto e gritos podem vir da platéia que está tentando entender o que se passa na tela. Algum medo pode ficar no ar, e essa será a única vitória de “Escuridão”, porém, assim que o filme acaba com um final tosco (desculpem, mas não consigo melhor palavra), tudo se esvai e o único pensamento é que não valeu nem a saída de casa.

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