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Críticas

Cineplayers

Fuja, sendo ou não sendo fã da série.

2,0

Uma reclamação comum em filmes baseados em séries, jogos ou quadrinhos é o pouco tempo que se tem para conseguir transmitir / transpor toda a essência da obra original em duas, três horas de um filme. Com isso, a obra fica descaracterizada, faltando detalhes que comprometem o resultado final, quase sempre gerando revolta por parte dos fãs, seja contra o filme em si ou contra a crítica, que não aceita um trabalho onde se necessite de informações extra-filme para poder compreender toda a obra. Isso de “Você não leu o livro? Por isso não entendeu o filme” não existe em uma crítica: o filme tem que ter todas suas informações ali, à frente do espectador, para ser 100% entendido, ou então é incompleto, ruim.

O terrível Dragonball Evolution não foge a regra: originário de um mangá criado por Akira Toriyama, ficou famoso no Brasil por causa de seu anime, versão em desenho animado japonês, que conta a saga de Goku em busca das esferas do dragão que, quando reunidas, invocam um dragão ancião que concede um desejo a seu invocador. O filme é baseado na série Z, quando Goku já está grande e Piccolo é uma das primeiras grandes ameaças enfrentadas por Goku na saga.

Só que as semelhanças acabam por aí. Dragonball é um anime exagerado, cheio de humor, com batalhas épicas e muita, muita destruição e combates. Nada disso é mostrado no filme. Raramente temos uma piada; todas as personificações ficaram patéticas em carne e osso e chega a ser constrangedor o que fizeram com Piccolo: se no desenho é uma figura conturbada e extremamente complexa, no filme é apenas um maníaco que quer se apossar das esferas para realizar um desejo próprio.

Se a história não é bem contada, não há a comédia para nos distrair e as lutas são brincadeira de mau gosto com os fãs da série, o que sobra? É uma boa pergunta. Dragonball Evolution é um filme com nome, mas nada mais do que isso. Há o título, o nome dos personagens e só, nada mais. Nem os efeitos, algo que vem se tornando cada vez mais comum de se achar em alto nível, são satisfatórios, já que tudo parece artificial e sem graça perante à grandiosidade do material original que se tinha em mãos.

James Wong (O Confronto, Premonição) não tem a habilidade suficiente para conduzir uma adaptação dessa importância (há milhões de fãs de Dragonball pelo mundo) e acaba jogando fora um começo que poderia gerar uma franquia milionária se tratada com a devida atenção, cuidado e respeito. Justin Chatwin, que trabalhou com Spielberg e Cruise em Guerra dos Mundos, é até parecido com o personagem principal em sua caracterização e conserva certo carisma para carregar um blockbuster nas costas, mas não há muito o que se fazer em um roteiro inconstante e vazio.

A pergunta que fica é a seguinte: se uma série tão grande já é difícil de se adaptar em duas, três horas, por que fazer um filme como esse em apenas uma hora e vinte de duração? Não há a menor lógica em Dragonball Evolution. Fuja, sendo fã ou não da série, pois é tempo perdido.

Comentários (3)

Vinícius Oliveira | quinta-feira, 27 de Junho de 2013 - 22:00

Concordo em gênero, número e grau. O filme é horroroso, do ponto de vista do roteiro, da caracterização dos personagens (Picollo parece uma fantasia de halloween), as lutas em geral são franquíssimas, oq deveria ser o ponto mais alto do filme, sem contar no baixíssimo nível dos efeitos especiais. Quando assistí MATRIX REVOLUTIONS, e ví a luta final entre Neo e o agente Smith, tive a certeza de que era possível recriar o anime DRAGONBALL exatamente como ele é. Esta cena em questão, me lembrou as épicas disputas entre VEGETTA e GOKU, CELL e GOHAN, entre outras. Todos os itens de Dragonball estão nesta lendária batalha entre Neo e Smith em MATRIX. O que me leva a crer que, em mãos certas e competentes, poderíamos ter o melhor filme de todos os tempos em se tratando de adaptações de séries animadas para o cinema. Quem sabe não dão um reboot, e oferecem roteiro e direção para os irmãos criadores da trilogia MATRIX.

Cristian Oliveira Bruno | segunda-feira, 25 de Novembro de 2013 - 17:11

Eu sempre achei que Boo foi o maior inimigo de toda a série. Engano meu....
James Wong conseguiu matar todos os personagens em pouco mais de 1h!!

Liliane Coelho | sexta-feira, 23 de Maio de 2014 - 11:25

Esse filme é um ultraje. Goku na high-school? Chi-Chi como uma aprendiz de periguete que fugia do pai para poder lutar? Só de não mostrarem o Grande Mutenroshi como o safadão que ele é já se desnatura grande parte da obra de Toriyama. Se houvesse possibilidade de dar notas negativas esse seria merecedor.

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