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Críticas

Cineplayers

Nada de novo na seqüência de um filme que já não era tão bom assim.

4,0

O período de férias chega e com ele vem a enxurrada de comédias para estourar o gelado inverno dos Estados Unidos. Infelizmente, alguns bem pobre é verdade, como é o caso de Doze é Demais 2, uma comédia-família tipicamente norte-americana que traz Steve Martin mais uma vez desperdiçando todo seu potencial cômico (como rimos em Os Picaretas) em uma produção relativamente fraca com mais baixos do que altos e pouquíssimos momentos de sucesso por parte de Adam Shankman na direção.

O filme já começa torto por sua sinopse. Dando continuação a saga da família Baker, algum tempo após o primeiro filme, Tom Baker (Steve Martin) decide que sua família precisa de umas férias juntas “como nos velhos tempos”, numa tentativa de unir novamente sua grande família e reviver bons momentos juntos. Ao chegarem no local, união não é propriamente o que se vê entre os membros da família. Para piorar, Tom acaba reencontrando um antigo rival, líder da família Mortaugh, com a qual sempre disputava uma espécie de Olimpíadas familiares e sempre perdia. Com o reencontro dos dois, o passado acaba vindo a tona e o sr. Baker se vê no meio de outra disputa entre Bakers Vs. Mortaughs.

Não chegaria a ponto de dizer que a história é clichê, mas a sensação de que já vimos tudo isso em algum lugar anteriormente nos persegue durante o filme inteiro. Com uma família tão grande, o filme traz uma enorme quantidade de sub-tramas correntes ao evento principal que se desenvolvem harmonicamente, mas não trazem brilhantismo algum ao filme. Temos a história da pré-adolescente que está descobrindo seu primeiro amor (nada pode ser mais frustrante do que tocar nesse tema em um filme com ninguém menos do que Steve Martin), apesar de ser tediante e previsível durante quase toda sua duração, vem dessa sub-trama uma das melhores seqüências do filme, a de Tom Baker “acompanhando” o jovem casal ao cinema. Temos ainda os filhos superdotados, os pestinhas, a filha mais velha que planeja mudar de cidade a contragosto dos pais e, também, a filha grávida, protagonista de uma das seqüências mais clichês do filme em seu ato final e tenho certeza que você já sabe do que eu estou falando.

“Doze é Demais 2”, apesar de tudo, consegue ser um filme bonitinho sem ser ordinário, mas ainda assim fraco. É quase tão decepcionante quanto uma comédia romântica água-com-açúcar, onde você consegue adivinhar até os diálogos da cena tamanha a obviedade da trama. Contudo, obviedade da trama realmente não é algo que chama muita atenção no gênero, então, a colocaremos de lado aqui. Agradou-me em “Doze é Demais 2” o fato do diretor  Adam Shankman não ter apelado para clichês pastelões para fazer o público rir, aqueles que todos estamos acostumados: cidadão batendo de cara na porta, escorregando no chão, etc... Para falar a verdade, só lembro de uma cena desse tipo forçado no filme inteiro; a seqüência em que Tom Baker cai com as pernas abertas no meio de um tronco flutuante num rio.

O ato final da produção pode até mesmo chegar a comover as pessoas mais fracas, mas sinceramente falando, acho que nesse caso seria mais porque o filme pode ter trazido a tona bons momentos que você tenha passado com a sua família, pois, no geral, o filme em si não é nada comovente. Aliás, toda tentativa frustrada de provocar choro ou comoção ao público em geral não é muito bem vista ou recebida pela crítica. Steve Martin está realmente contido no filme fazendo um papel fraco. Seu verdadeiro potencial ficou claramente inexplorado durante o filme todo. Sabemos que ele pode apresentar performances bem melhores daquelas que foram exibidas em ambos os filmes da série “Doze é Demais”.

Doze é Demais 2 é, na melhor das hipóteses, um bom filme-família para assistir com suas crianças numa descompromissada tarde de férias, entretanto, a produção apesar de ser simpática não consegue esconder o fato de que chega a ser simplista ao extremo e usar de situações que já vimos mil vezes no cinema para provocar aquele famoso ar de “Awwww” gracioso no final por parte do público. Leve suas crianças, mas não queira assistir sozinho.

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