Depois de um atraso fenomenal, chega uma comédia mais do mesmo que faz rir em alguns poucos momentos.
Depois de muito tempo de atraso, mas muito mesmo, chega às telas nacionais a comédia pastelona (ou comédia teen, como queiram) O Dono da Festa, que nos Estados Unidos estreou ainda no ano passado, 2002. O filme do desconhecido diretor Walt Becker ao menos conseguiu a façanha de não ser uma bomba total. É engraçado, tem lá seus exageros, mas o que mais impressionou foi a capacidade do filme de arrastar multidões aos cinemas nacionais. Nas duas vezes em que assisti a produção, ambas as salas se encontravam absolutamente lotadas.
Mas o que o filme, que traz o nome do personagem principal em seu título original, traz de diferente dos outros do gênero já lançados? Quase nada. Ou diria que absolutamente nada. Mas ainda assim, faz uma boa reciclagem; muito acima de comédias como Todo Mundo em Pânico 2 e Não é mais um Besteirol Americano. Porém, ainda abaixo da saga que sempre “liderou” o gênero, American Pie. Lembrando apenas que, quando me referir ao “gênero” nesta crítica, estou referindo-me em geral as comédias teens e não ao gênero comédia em si. Até porque é risível querer comparar um filme desses com obras fantásticas como Melhor é Impossível, entre outras.
Talvez o maior erro da produção de O Dono da Festa tenha sido rodar esta película tão tarde assim, porque, não se engane, ela é engraçada ao seu modo. Entretanto, o cinema está atualmente saturado com a quantidade de filmes do tipo. Se tivessem lançado essa película, por exemplo, na mesma época em que lançaram o primeiro American Pie talvez o mesmo virasse uma espécie de símbolo, referência como o concorrente virou.
O filme conta a história de Van Wilder, um cara sem nenhuma perspectiva futura sobre sua vida e que passou, até agora, sete anos na universidade sem se formar. A especialidade de Van, como sugere o título nacional do filme é dar festas, muitas festas. E assim, como quem não quer nada, iniciando-se mais um ano letivo na universidade, é que começa nosso filme...
Não demora nada e já começamos a nos defrontar com as situações mais inusitadas possíveis: um suicída tentando se jogar do telhado, um guarda “meio-doido”, enfim, situações que até então não chegam a provocar muitas gargalhadas na platéia, além de umas poucas risadas forçadas. Até que, por fim, o filme começa a melhorar...
Melhora com a entrada de um personagem que se tornaria assistente e braço direito do sr. Wilder. O ator Kal Penn (que provoca algumas boas risadas no público apenas por sua aparência) interpreta o indiano Taj Mahal Badalandabad. Taj é um personagem engraçado, um coadjuvante que chega a ser muitas vezes melhor que os próprios atores principais do filme. O ator tem um estilo bem simples, mas que ainda assim soa mil vezes melhor como, por exemplo, o estilo forçado de Cuba Gooding Jr quando o mesmo cisma em fazer comédias, gênero qual o ator já provou não ter talento algum.
Outra conhecida do público que atua em O Dono da Festa é a norte-americana Tara Reid. Conhecida por muitos depois dos dois American Pie, portadora de um par de lindos olhos verdes, Tara faz o papel de Gwen, a menininha com quem o personagem principal viria a ter um romance absolutamente previsível.
A produção atinge seu melhor e maior ponto na cena em que Van Wilder decide pegar seu bonito cachorro e resolve mandar um “presente” para seu maior rival. A cena é interessante e provoca muitas risadas misturadas a caras de nojo por todo cinema. Você pode já imaginar (se ainda não assistiu) o que provavelmente vem pela frente...
Infelizmente, o filme não traz nada demais de notável. A trilha sonora não empolga, os diálogos são fracos e o final muito previsível. De bom guardamos apenas as situações inusitadas citadas, que conseguem ainda assim provocar boas risadas na platéia.
Sei que esse tipo de comédia não agrada a gregos e troianos, entretanto. Se você não é uma pessoa muito exigente e, principalmente, riu e já se divertiu com comédias do tipo, vá em frente, porque certamente você se divertirá com esse também. Agora se você é uma pessoa mais cética e prefere comédias um pouco mais lights como Johnny English ou mais inteligentes como Melhor é Impossível, fique longe deste filme.
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