Saltar para o conteúdo

Críticas

Cineplayers

Uma comédia que não deveria existir.

2,0

Cuba Gooding Jr. ganhou um Oscar de ator coadjuvante por Jerry Maguire - A Grande Virada e, a partir daí, sua carreira despencou. Ele tentou alguns dramas, como Homens de Honra, que é um bom filme, e o recente Meu Nome é Radio, onde faz um deficiente mental (!!), com resultados razoáveis. O problema foram as comédias. Inspirados por sua atuação "meio-cômica" em Maguire, os produtores tentaram fazer dele um cômico-nato, quando ele não possui o carisma necessário para isso. Neve pra Cachorro, Resistindo às Tentações e este Cruzeiro das Loucas provam isso. São todos filmes medíocres ou mesmo muito ruins - e seu trabalho nada fez para ajudar a dar mais valor a eles.

Cruzeiro é praticamente um desacato às autoridades. O tipo de filme que fazem críticos e parte do público detestarem Hollywood. Colocaram talentos como Cuba (sim, ele é bastante talentoso apesar de suas escolhas na carreira) e Roger Moore em uma comédia que: (1) não apresenta absolutamente nada de novo; (2) em sua maioria, é simplesmente chata e (3) faz uma afronta à comunidade gay, visto que trata seus integrantes como meros estereótipos batidos. O pior, Roger Moore, considerado por muitos o melhor dos James Bond, interpreta um papel altamente constrangedor, como um homossexual que fica correndo o filme todo atrás de sexo.

O filme foi um fracasso retumbante nas bilheterias, mas como custou baratinho ninguém deu muita bola para o fato. As desesperadas tentativas do diretor novato Mort Nathan em criar situações cômicas são quase que sempre frustradas pelos textos batidos e humor visual incrivelmente tolo e ultrapassado. Quer ver homens vestidos de mulheres em um filme altamente superior? Tente Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder, um filme com quase 50 anos de vida que é muito mais sóbrio e realista no tema.

O único motivo para assistir a este filme são suas locações: muito sol e belíssimas paisagens. Há, claro, uma ou outra tirada que consegue tirar um leve sorriso do rosto, mas não é o suficiente, de forma alguma, para livrar a cara do péssimo roteiro. Vale lembrar que comédia é provavelmente o gênero mais subjetivo - o que é sem graça para uns pode ser hilário para outros, então recomendar ou não um filme como esse é sempre um trabalho complicado. Como cinema, suas qualidades são absolutamente nulas; como entretenimento, bem...

Comentários (0)

Faça login para comentar.