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Críticas

Cineplayers

Uma colcha de retalhos que raramente funciona.

5,5
Depois de seu debut com a comédia dramática Livre Para Amar, Gavin O’Connor especializou-se em dramas de esporte e filmes de ação, como Guerreiro (Warrior, 2011) e Força Policial (Pride and Glory, 2008), alcançando sucesso e carreira no ramo. Pareceu uma escolha certa que dirigisse O Contador, thriller de ação sobre Christian Wolff, um gênio savant que é exímio lavador de dinheiro para organizações criminosas e que é contratado para descobrir um escoamento de dinheiro para uma companhia de próteses. 

Ao mesmo, um delegado de polícia designa uma jovem oficial de passado problemático para descobrir quem seria esse homem, sob a pena de ter o passado que tenta esconder exposto e ser novamente condenada por tentar ocultá-lo. Completando, há o mistério de uma milícia de assassinos treinados chefiada por Brax, um hábil líder que promove uma queima de arquivo contra qualquer um que possa revelar os segredos fiscais da organização. 

Enquanto a perseguição acontece, Christian toma sob sua proteção Dana Cummings uma jovem auditora que descobriu o indício dos vazamentos e que tornou-se alvo do pelotão de assassinos. Não irá ser fácil para eles, já que Wolff superou sua traumática infância através de treino exaustivo de técnicas marciais e armas de fogo.

Essas três tramas que correm em paralelo, porém, nem sempre mostram-se capazes de funcionar. Marybeth Medina, a policial do Tesouro responsável por encontrar Christian pelo seu superior Ray King, é frequentemente esquecida pela trama, quando a mesma revela sobre quem estamos falando cedo demais e passa a dar preferência à perseguição ao invés da investigação. 

O filme lida, também, com o passado do protagonista contado de maneira psicologizante - sua tentativa de superar sua condição nervosa sempre que exposto à luz forte ou som alto, seu treino árduo, sua relação com sua família - o que torna as duas horas até poucas para explorar todos os ganchos oferecidos.

Por isso, por grande parte do tempo, O Contador é um filme policial mediano, sem muito a acrescentar além dos vícios típicos do gênero. O psicologismo barato (personagem X é assim por causa do evento Y ocorrido há anos atrás), os tiroteios e lutas corporais filmada e cortada freneticamente, de maneira que não dá para distinguir muita coisa e há, ao final, reviravoltas tão aleatórias e tão pouco indiciadas pelo roteiro de maneira prévia que parece estarmos assistindo a uma novela ruim de televisão aberta. Custa por um momento, inclusive, acreditar que estão levando tais ideias a sério.

Entre o aborrecimento genérico e o constrangimento dramático, O Contador pode até divertir se for assistido sem grandes pretensões.

Comentários (2)

Kennedy | sábado, 22 de Outubro de 2016 - 01:20

O que matou o filme foram essas reviravoltas tolas. Realmente. Se não fosse por isso seria ótimo. Mas achei apenas um bom filme.

Alexandre Koball | quarta-feira, 28 de Dezembro de 2016 - 08:54

Gostei muito. As reviravoltas de fato são desnecessárias e não adicionam ao todo. Porém a ação tem uma vibração muito acima da média (não é aborrecida como a maioria dos thrillers genéricos), a construção do personagem é boa, entregando a psique dele através de flashbacks (até o agente do Tesouro tem uma sub-trama interessante). É meio bagunçado, com tantos personagens desenvolvidos e sub-tramas, mas é super competente e muito acima da média.

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