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Críticas

Cineplayers

Um filme morno, sem sal, que serve, no máximo, para os adolescentes em conjunto de fim de semana.

3,0

Certa vez, falei que, depois de um determinado tempo de carreira, parece que todos os atores de Hollywood se arriscam em uma comédia romântica – porém, pouquíssimas escapam do clichê e se fazem uma boa opção ao público. Aos poucos, percebi que há ainda uma safra ainda maior de filmes de horror que vêm infestando o mercado, com o agravante de serem histórias muito mais difíceis de engolir e que, nem sempre, contam com astros famosos para atrair o público para o cinema (mesmo que muitos se arrisquem na empreitada).

No caso de A Chave Mestra, diria que, teoricamente, teria tudo para dar certo: há um tema macabro na parada (magia negra), o trailer era realmente assustador, há uma bela atriz em franca ascensão em Hollywood e um diretor que já havia realizado ótimos filmes, como K-Pax e Backbeat: Os Cinco Rapazes de Liverpool. Porém, ao término da projeção, a sensação que fica é de que apenas acompanhamos uma história, nada além disso. Não é um filme com grandes absurdos, mas tão passivo ao público que chega a irritar.

A história é sobre uma enfermeira, Caroline Ellis (Kate Hudson), que sai de seu emprego após perder um paciente. Determinada a encontrar um lugar onde ela possa ser mais útil às pessoas, decide ir atrás de um emprego anunciado no jornal, de bom salário, para cuidar de um senhor com pouco tempo de vida. Pelo pouco que fica lá, percebe que alguma coisa está errada e decide, por contra própria, investigar o caso.

Só que nada do que acontece depois é surpresa. Vamos acompanhando a história, morninha, previsível, de sustos fáceis e apelando para todos os clichês possíveis – tanto na construção quanto no desenvolvimento, passado pela ambientação e sonorização. Imagine, por exemplo, a entrada da mansão onde Caroline irá trabalhar, que tem sua entrada toda assustadora, com direito a uma plaquinha com “Keep Out” e tudo! Os sustos não partem de situações incômodas ou momentos de fazer gelar a espinha, e sim os tão conhecidos e ridículos sons altos na tela, acompanhados de alguma imagem repentina.

Pelo menos o roteiro se preocupa em explicar pequenos “possíveis furos” e tem um final para lá de satisfatório, que pode até enganar pessoas que esqueçam facilmente tudo o que se passou até ali. Afinal, um bom final (bem pensado) não cobre toda a mesmice e reciclagem para chegar até ele. Talvez seja melhor aproveitado por adolescentes em um final de semana com os amigos (horror somado à mocinha gostosa explorada na tela), mas, para os mais exigentes, vai ser uma tremenda epopéia agüentá-lo até o fim.

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