A nova animação da Columbia Pictures começa bem, mas termina muito mal.
Poderia ser um filme de Tim Burton, mas não é. Poderia ser um dos clássicos da Disney, mas também não é. A Casa Monstro, a última animação da ImageMovers, com distribuição da Columbia Pictures, tem um visual meio Tim Burton, um pouco mais tênuo, e a coragem dos filmes antigos da Disney, mas sem o charme característico da empresa. Moderno, acaba perdendo o ritmo com a situação que vai crescendo aos poucos, até chegar a um extremo megalomaníaco que quase faz as pessoas dormirem na cadeira. Apesar disso, não é ruim como um todo.
Conta a história de três jovens que, em uma noite de Halloween, descobrem que uma casa que pensavam amaldiçoada realmente é, literalmente. Habitada por um senhor insano, que enlouquece apenas de ver jovens pisando em seu gramado, eles tentam descobrir o segredo por trás dessa loucura toda, ao mesmo tempo que tentam fazer com que os adultos acreditem na sua história.
Filme de estréia do jovem diretor Gil Kenan, o que impressiona mesmo em A Casa Monstro é a absurda qualidade da animação. Utilizando da mesma técnica que O Expresso Polar, Robert Zemeckis (que é produtor do longa, ao lado de Steven Spielberg) empresta sua técnica de captação de movimentos de atores reais para serem transpostos para os personagens a Kenan. Funcionando de maneira incrível (a técnica foi aperfeiçoada ao longo desses 2 anos), um perfeito clima entre o real e o imaginário é construído ao longo da primeira metade do longa.
Rostos de atores como Steve Buscemi, Maggie Gyllenhaal, Jason Lee e demais serão facilmente reconhecidos por aqueles que gostam de acompanhar a carreira dos artistas. Os personagens são cativantes e realmente engraçados, com suas peculiaridades bem traçadas e, em diversos momentos, realmente engraçados.
O grande problema do filme está mesmo na inexperiência do diretor, que mostra claramente ter um problema com o ritmo e a forma com que sua história se desenvolve. O filme vai tomando ares mais grandiosos com o desenvolvimento do longa, mas por ter traçado uma linha tão real anteriormente, acaba se perdendo quando a casa se mostra ser realmente assombrada. Tenta ser uma aventura de jovens em um final de semana, mas passa muito longe do estilo. Os acontecimentos passam então a ser absurdos, sem noção até mesmo para Tim Burton, e uma falta de coerência absurda, ao invés de trabalhar com a mente fértil dos jovens.
O que sobra do longa é a sua coragem por ter algumas cenas relativamente pesadas para os pequenos, uma qualidade absurda de animação e textura, algumas cenas realmente engraçadas e só. A história se perde de um modo que prejudica a qualidade do longa, tudo toma um tom muito absurdo, até mesmo para o tema, o que é uma pena, pois se esse roteiro tivesse ido parar nas mãos certas, teríamos mais um belo representante para o gênero da animação em 3D no mercado.
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