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Críticas

Cineplayers

Filme de atriz que consegue ser maior que seu nome principal.

7,0

Cake – Uma Razão Para Viver é um filme que se vende, principalmente, pela imagem de Jennifer Aniston, que ganhou fama com o seriado Friends e se firmou no cenário dos papéis cômicos, fazendo um ou outro filme dito “sério”. Mas mesmo em meio a suas limitações como atriz, Anniston obteve acertos curiosos ao longo de sua carreira, como nos dramas românticos Por Um Sentido na Vida e Separados Pelo Casamento e no feel good movie Amigas com Dinheiro. Em Cake, Aniston nos entrega, de fato, sua atuação mais contida e calibrada até aqui (nada digno de grandes prêmios, como bem declarou a atriz após ser ignorada na corrida pelo Oscar), e muito da imagem que o filme de Daniel Barnz (do horroroso A Fera) constrói para si é apoiada na imagem de Aniston como celebridade e atriz.

Mas Cake é, apesar do que pode aparentar, um filme que consegue ser maior do que apenas a imagem de um rosto. O roteiro do novato Patrick Robin desanima ao primeiro olhar em sua sinopse: Claire Simmons (Aniston) é uma mulher traumatizada e vitima de um forte estado de depressão, que recorre a ajuda em grupo para pessoas com dores crônicas. Após o suicídio de uma das participantes do grupo, a jovem Nina (Anna Kendrick), Claire se mostra estranhamente interessada nos detalhes da vida de Nina, o que a leva a desenvolver uma nova relação com o viúvo da falecida, Roy (Sam Worthington).

Se a premissa, por natureza, pouco empolga devido a diversas histórias semelhantes já exploradas a exaustão pelo cinema, o filme surpreende justamente por abraçar esta temática com força sem precisar, para isso, apelar ao melodrama supostamente presente. De fato, um fator que faz a diferença na jornada de auto-descoberta de Claire, sempre auxiliada por sua empregada Simone (Adriana Barraza) é a adição certeira de auto-ironia e sarcasmo presente em quase toda a narrativa, onde até um bem-vindo humor negro se faz presente. Claire, com sua personalidade debochada e irônica, é usada como principal veículo para a criação de situações que, apesar de gratuitas (como a passagem pela fronteira do México), nos pegam desprevenidos ao despertar risadas inesperadas, subvertendo até certo ponto o que se espera de um drama com personagens em depressão.

Neste sentido, a presença de Aniston realmente funciona e se torna um dos alicerces do filme graças à entrega corpórea da atriz (visivelmente mais gorda e com o corpo coberto de cicatrizes) e seu visível esforço em transmitir as emoções e os sentimentos de Claire através de sutilezas em suas expressões e trejeitos. A atriz toma o filme para si, e assim pouco acaba sobrando para comentar sobre a ponta de luxo de Anna Kendrick (saudades da época de Amor Sem Escalas), da presença um tanto inexpressiva de Sam Worthington e da cena explosiva e curiosa com William H. Macy.

Por vezes, Cake se permite deixar transbordar seu tom calculado demais (e com isso, também adota uma certa frieza que incomoda), mas como um filme de atriz; temos aqui uma produção que consegue se posicionar acima da média dos dramas atuais. Está longe de ser memorável e não irá encher os olhos do público de lágrimas, mas certamente irá surpreender aqueles que esperavam mais um draminha do filão apoiado num popular nome de Hollywood. Ponto a favor.

Comentários (2)

thiago sena frança | quarta-feira, 06 de Maio de 2015 - 20:53

obra da 7° arte?kk vimos filmes distintos.haha apenas mediano

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