Um dos melhores filmes dos anos 90 foi também uma grande surpresa de baixo orçamento.
Anos 90... Definitivamente uma década boa para o cinema mundial. Muitas séries novas foram criadas, muitos diretores e atores famosos aperfeiçoaram-se ainda mais e a inovação tecnológica permite agora que as produtoras realizem verdadeiros milagres ao alcance dos olhos dos telespectadores. Entretanto, em meio a tanta inovação, um filme feito de forma simples (ao extremo), com um custo de produção baixíssimo, chamou a atenção do público e, em pouco tempo, tornou-se sucesso, ou melhor, uma febre mundial.
Claro, estamos falando da grande obra idealizada por Daniel Myrick & Eduardo Sanchez, A Bruxa de Blair. A história do filme é muito simples, mas a forma de como ela é conduzida, montada e dirigida dão o toque especial a essa grande produção. Em Outubro de 1994, 3 jovens vão para a floresta de Black Hills nos EUA filmar um documentário sobre uma lenda local: “A Bruxa de Blair”. Um ano após a partida dos estudantes são encontradas as fitas que documentavam a arrepiante e assustadora viagem dos jovens através da floresta... Todos os eventos filmados durante cinco dias mostram como os jovens “desapareceram”.
Um dos maiores êxitos do filme foi justamente a forma como ele fora gravado. Com uma câmera simples, dando ao público a imagem de que aquilo é uma produção amadora que realmente fora filmada pelos estudantes, a sensação de realismo que o filme passa ao público é incrível. Outro grande ponto do filme são os atores. Desconhecidos até então, Heather Donahue, Michael Williams e Joshua Leonard são os principais atrativos do filme, junto com a edição e o próprio enredo. As cenas de Heather durante a noite na floresta, o medo deles, a forma como eles se deparam com a situação pelas manhãs e diversos outros detalhes dão um certo ar aterrorizante ao filme. O suspense e o clima de terror são intensos.
Se olharmos um pouco para os aspectos técnicos do filme, veremos grandes trabalhos também. Neal Fredericks, que cuidou da direção de fotografia, foi fundamental na escolha dos lugares que ele julgava serem mais apropriados para que as filmagens fossem rodadas. Em particular, as cenas noturnas na floresta e a casa final ficaram ótimas em tomadas bem dirigidas. O som também é excelente, ajuda o filme e vai mais além, perfeito, claro, e bem envolvente, como as filmagens.
Apesar de não ter nenhuma cena violenta, de sexo, ou com o envolvimento de drogas, o filme recebeu a censura de 14 anos pela temática e pelo clima excessivamente tenso que A Bruxa de Blair passa a seu público. São 88 minutos de uma nova (e “velha” ao mesmo tempo) forma de se filmar, que resulta em um ótimo divertimento. Procure assistir ao filme à noite ou de madrugada, se possível, deixe-se envolver pelo clima e bons sonhos...
Já se tornou um clássico moderno até parodiado. Como sempre, um bom roteiro supera grandes orçamentos.
Um fenômeno mundial, tendo faturado mais de US$ 240 milhões ao redor do mundo, com um custo de apenas US$ 60 mil. No Brasil levou mais de 1,4 milhões de espectadores aos cinemas. Sucesso absoluto!!!
Um dos filmes de terror mais originais já realizado, com um clima de tensão e suspense bem construídos, sustos genuínos, uma parte técnica cuidadosa, boas atuações e uma direção exemplar. Assista sozinho no escuro. Nota: 8,0.
Filme sensacional! Um dos melhores de terror de todos os tempos, fiquei sem dormir na noite que assisti.