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Críticas

Cineplayers

As dúvidas e respostas de um homem casado: o cinema romeno mostrando que também sabe fazer o feijão-com-arroz.

4,0

(Cobertura do Festival do Rio 2008)

O cinema romeno anda em alta na cotação da crítica internacional após a realização de 4 meses, 3 semanas e 2 dias, mas isso não significa 100% de brilhantismo em todos os produtos cinematográficos vindos de lá. E apesar da participação de Anamaria Marinca, protagonista também de 4 meses, Boogie surge como muitos dos filmes que assistimos no Festival até aqui, vide Liverpool e Soi Cowboy, para citarmos apenas dois exemplos: a ação parece transcorrer com a mesma velocidade que transcorre a realidade, ou seja, lentamente.

Boogie conta a história de Bogdan Ciocazanu (Dragos Bucur), cujo apelido dá o título do filme. Um designer de móveis que está na praia por conta do feriado de primeiro de maio, acompanhado da esposa grávida, Smaranda (Anamaria Marinca), e de seu filho fofinho. A reviravolta na história (se é que se pode dizer isso) acontece quando, na volta de um banho de mar, Boogie reencontra dois amigos dos tempos de solteiro, que não via há anos, e que obviamente estão saudosos de badalar com o velho amigo.

Daí para diante o filme conta o que ocorre na noite do tal reencontro, em que o protagonista se vê dividido entre a vida familiar e a amizade antiga, alternando entre as duas, numa briga entre ele e sua esposa, longuíssima e totalmente sem propósito a que assistimos na íntegra, até o momento em que os três amigos convidam uma prostituta para comemorar o final da festa. De impactante mesmo, apenas a cena em que vemos Dragos Bucur lavando seu pênis na pia do banheiro, no quartinho de hotel em que ele, os amigos e a prostituta passam uma boa parte do filme.

Embora se afirmando perante a mulher e os amigos, Boogie não parece realmente empolgado nem com uma coisa nem com outra: o velho tédio da vida programada em sociedade é o grande vilão da história, fazendo com que o protagonista busque respostas onde elas não existem e se decepcione, para ao final se conformar com aquilo que tem.

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