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Críticas

Cineplayers

Serve como preparação para o embate de junho entre Anderson e Sonnen.

7,0

Anderson Silva: Como Água (Like Water, 2011) estreia em momento bastante apropriado. O MMA vive o auge da popularidade no Brasil, antes restrito aos apaixonados pelo esporte. O protagonista do documentário é o pop star do momento. Junto com outros brasileiros que se dedicam à modalidade há anos, é o grande responsável pela popularização do esporte em terras nacionais. O interesse cresceu tanto que a Rede Globo tratou de comprar os direitos de transmissão dos cards e escalou Galvão Bueno como narrador.

Outra prova irrefutável do timing foram as duas recentes edições do UFC realizadas no Rio de Janeiro, com ingressos – caros – esgotados. O chefão dos eventos, Dana White, assume que o país é o grande alvo atual. O documentário é muito feliz temporalmente. Isso porque segue basicamente a preparação de Anderson Silva para o combate contra o marrento Chael Sonnen, quando, no último round, o brasileiro derrotou o norte-americano. A inimizade dos atletas prossegue e a revanche está pré-agendada para junho, em São Paulo.

As provocações já começaram. Patrocinado pelo Corinthians, Anderson Silva já viu o futuro adversário postar na internet foto com a camiseta do rival Palmeiras. Tudo para acirrar os ânimos. Mas, como o filme mostra, Sonnen exagera tanto nas provocações que autoridades brasileiras chegaram a temer pela segurança dele no provável UFC paulistano.

Anderson Silva: Como Água é uma amostra da rivalidade entre os dois e, neste sentindo, serve como belo aquecimento para o que está por vir. Serve, também, como peça publicitária para tornar o evento brasileiro ainda mais prestigiado. Conhecer as rusgas entre esses lutadores torna o esporte ainda mais apaixonante, pois não só a vitória está em jogo, mas também o orgulho.

E, claro, como novo ídolo nacional, conhecer Anderson Silva mais de perto é interessante. O longa, que não é brasileiro, mostra rapidamente o início da carreira até focar nos dias que antecederam a emblemática luta com Sonnen. É a oportunidade para ver, fora do octógono, como Anderson se comporta no dia a dia, nos treinos e antes das lutas. Bem humorado e por vezes birrento, o lutador mostra também seu lado religioso e o apego que tem à família. Quem o idolatra tem a chance de conhecer o herói de carne e osso, e também o esportista que admira.

Apesar de retratar a vida de Anderson, o documentário mostra críticas feitas contra ele, principalmente na luta em que circulou pelo octógono para administrar o resultado. Dana, por exemplo, ficou furioso com essa postura. Chegou, inclusive, a fazer ameaças de demissão contra o brasileiro. O filme também mostra as respostas igualmente ácidas de Anderson e a postura impaciente com certos repórteres. Isso só o torna mais real, sem que deixe de construir a imagem de um lutador ético – como mostra ao fim da luta principal. Por isso, dá os subsídios para ser venerado por quem gosta de MMA.

O documentário tem irregularidades, principalmente na quebra de ritmo entre as lutas iniciais e os treinos para o grande embate. Mas é intercalado com momentos divertidos protagonizados por Anderson e outros sérios encabeçados por Dana. No fim das contas, é uma forma de conhecer um pouco mais do lutador brasileiro e de se preparar, desde já, para a imperdível revanche com Sonnen.    

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