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Críticas

Cineplayers

Zhang Yimou mais uma vez filma a perseverança, e Gong Li lhe entrega uma performance inesquecível.

5,5

Atualmente vivendo uma carreira de altos e baixos, Zhang Yimou já foi o principal cineasta chinês da sua geração, talvez ainda o seja. Mas hoje o autor do clássico Lanternas Vermelhas não se encontra na linha de frente do cinema mundial, tanto que seu filme foi estranhamente recusado da mostra competitiva de Cannes 2014, ficando com uma noite de gala hors-concours. Bem, Julianne Moore agradece a preferência, porque ela teria em Gong Li aqui uma competidora a altura. Musa do inicio da carreira de Yimou, sua ex-mulher Li já brilhou ao redor do globo sempre dando o máximo de si, mas não podemos chamar essa nova produção de outra coisa que não um presente caído do céu pra ela. Sua interpretação sublime e arrebatadora é de partir coração do mais incrédulo, recheando uma narrativa cujo maior pecado é repetir suas intenções indefinidamente.

Arauto da perseverança, Yimou mais uma vez trabalha com personagens que insistirão em seus propósitos até conseguirem o que querem, mesmo que isso demore anos e anos. O filme acompanha a vida de um trio familiar no fim da Revolução Cultural, cujo patriarca está foragido da cadeia por crimes contra o governo repressor. Após uma passagem traumática presenciado por toda uma estação ferroviária, o homem volta a cadeia, deixando a esposa ferida e sua filha assustada e revoltada. Dessa ferida nasce uma amnésia seletiva na mãe, e anos mais tarde ela não reconhece o marido quando de sua soltura. Ele então decide reconquistar o amor e a confiança de sua amada, numa jornada de esperança e aceitação.

Por mais que o trio protagonista seja integrado e de qualidade, pai e filha não são páreo para a mãe vivida pela estupenda Gong Li. Pena que seu ex-marido não soube coroar o trabalho dela com um produto mais bem montado e acabado, de passagens repetidas e reiterativas. Produto de fácil e rápido consumo, o filme não deixa de encantar com sua história simples e tocante, provocando lágrimas nos mais sensíveis. Já eu, gostaria muito que esse fosse mais um degrau de subida no momento atual de Zhang Yimou; sua ex já mostrou que não há tamanho de projeto que segure seu talento.

Visto durante o Festival do Rio 2014

Comentários (1)

Seu Madruga | sexta-feira, 26 de Setembro de 2014 - 18:20

Elogiou demais para apenas 5,5.

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