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Críticas

Cineplayers

Mesmo trabalhando sob encomenda, os irmãos Coen não decepcionam.

8,0

Os irmãos Coen são os mais bem-sucedidos cineastas independentes do cinema americano atual. Além de autores que escrevem e dirigem seus filmes, eles também os produzem, o que permite um controle maior sobre a qualidade final e uma garantia da integridade artística do que fazem. O Amor Custa Caro foi visto com certa apreensão pelos fãs e críticos (este que vos fala inclusive), pois foi um trabalho feito sob encomenda e parecia, pelo tema e pelos previews, ser uma comédia romântica sem a marca dos autores. Felizmente, o resultado, se não nega seu apelo mainstream, também é uma prova do talento dos realizadores.

O ótimo roteiro parte do ponto em que um ambicioso e bem-sucedido advogado, o especialista em divórcios Miles Massey (vivido por George Clooney), conhece Marylin (Catherine Zeta-Jones) uma caçadora de maridos ricos que arma seus divórcios para abocanhar suas fortunas. Ambos tem muito em comum como a falta de escrúpulos em atingir seus objetivos e estão passando por uma crise existencial. Será que a vida que escolheram vale a pena?

Os dois passam o filme numa competição de canalhice, cheio de esquemas e a química entre Clooney e Catherine funciona que é uma beleza. Os irmãos conduzem essa farsa com muitas reviravoltas e humor ácido, mas também com momentos quase pastelão e, felizmente, com pouca pieguice (inclusive brincando com esse elemento), fazendo provavelmente seu filme mais acessível ao grande público.

Isso é o que faz diferença quando você tem talentos como os dos Coen por trás de um filme que poderia ser mais uma banal comédia romântica. As situações são bem exploradas, os diálogos inteligentes e cada personagem é muito bem concebido. Mesmo os secundários chamam atenção e trazem a habitual galeria de tipos bizarros e bem americanos do cinema dos Coen.

Cheios de maneirismos, sotaques e detalhes, eles dão a cada ator material interessante e uma grande possibilidade de envolver o espectador. Clooney está num papel feito sob medida para ele, que já trabalhou com os Coen no ótimo E Aí Meu irmão, Cadê Você?, e Catherine prova que sabe fazer comédia com sua femme-fatale. Além de coadjuvantes de luxo como Billy Bob Thornton e Geoffrey Rush, que são atores que brilham mesmo em papéis pequenos.

Enfim, O Amor Custa Caro pode não ser uma nova obra-prima dos Coen, mas eles provam que se pode fazer cinema entretenimento sem subestimar a inteligência do espectador e sem descaracterizar seu trabalho autoral.

Comentários (1)

Fernanda Pertile | segunda-feira, 19 de Dezembro de 2011 - 23:55

Assisti hoje e é realmente um excelente filme, o final é como o de toda a comédia romântica, mas as reviravoltas que a história dá e a competição entre os dois é impagável. Recomendo!

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