Com o passar do tempo, o cinéfilo vai ficando mais exigente, mais conhecedor das técnicas de filmagem e interpretação, de direção, do quanto um roteiro deve ser consistente etc. E infelizmente, talvez, vamos ficando mais "críticos", mais "chatos", fazendo com que talvez sejamos duros demais com certos filmes ou situações...
É aquela velha estória, a gente só é mais crítico e tem capacidade de se decepcionar mais com aqueles (ou aquelas coisas) que gostamos muito... isso vale prá namorada, amigos, time de futebol... e com o cinema é a mesma coisa.
Dá até uma certa "dó", se é que podemos dizer assim, das opiniões de alguns colegas aqui no site, achando esse quarto episódio da franquia Indiana Jones o melhor da série. Porém trata-se do mais fraco de todos, inegavelmente, e quem sentou na poltrona do cinema prá ver "Os Caçadores da Arca Perdida" em 1981, como eu fiz, percebe isso ao final desse episódio, "O Reino da Caveira de Cristal".
OK, vários elementos pertencentes aos 3 filmes anteriores estão aqui, a contagiante trilha sonora de John Williams, o chapéu e o chicote de Indiana, sua canastrice, as cenas de perseguições e as incursões subterrâneas... mas é tudo desnecessário, sem acrescentar nada de novo ao personagem, bebendo sempre da mesma fonte, que deveria ficar lá atrás preservada e não ser remexida agora, com uma estória sem pé-nem-cabeça e algumas soluções de roteiro risíveis, como as formigas gigantes e um patético Shia LeBouf dando uma de Tarzan nos cipós da "selva amazônica" - onde, aliás, os produtores conseguiram enfiar as Cataratas do Iguaçu.
Resumindo, certos filmes devem ficar preservados e intactos, lá no passado, sob risco de eventuais "sequências", além de serem desnecessárias por si só, acabarem "manchando" os trabalhos anteriores de alguma forma. Felizmente a competência de astros como o diretor Steven Spielberg (de quem sou fã, mas hà anos não dá uma dentro) e de Harrison Ford não chegaram a defenestrar a trilogia dos anos 80 dessa forma, mas que o resultado final é passável, isso não tenham dúvidas.
A nota mediana deve-se ao carisma do personagem, onde Ford, apesar de um pouco velho além da conta, segura as pontas numa boa, e para o clima saudosista do filme, que mantém as características dos anteriores e por isso me faz, como fã, dar uma nota até acima do que essa produção, por si só, talvez mereça.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário