[Keruac à Go-Go]
Incrustados em espaços desabitados do planeta Terra, os últimos remanescentes da geração beat devem estar orgulhosos com Sean Penn. No seu quarto longa de ficção na carreira, o mutipremiado ator mostra que também tem talento atrás das câmeras ao contar com muita emoção e personalidade uma história real sobre um mochileiro que coloca o pé na estrada para viver a aventura de sua vida.
Depois de concluir seus estudos, o aluno e atleta Christopher McCandless (Emile Hirsch) abre mão de uma carreira promissora e do status de ter as melhores notas da turma para se aventurar numa jornada de auto-conhecimento. O jovem doa todas as suas economias - cerca de US$ 24 mil - para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ele escolha a região gelada justamente por ser o lugar que considera mais selvagem e de difícil adaptação no país. Ao longo do caminho, Christopher muda seu nome para Alexander Supertramp para não ser reconhecido pela polícia cujos pais colocaram em seu encalço. Durante a aventura se depara com uma série de personagens que irão moldar sua vida para sempre.
Baseado em artigo escrito em 1993 por Jon Krakauer, a comovente história real Chris McCandless virou livro antes de parar nas mãos de Sean Penn. Com belas imagens e uma montagem vigorosa – indicada ao Oscar na categoria-, Na Natureza Selvagem configura-se como um dos grandes filmes de 2008. Segurando as pontas do início ao fim do filme, Emile Hirsch provou ser uma grande promessa. Junto com o jovem, destacou-se também o veterano Hal Holbrook indicado a melhor ator coadjuvante. Ele interpreta o militar reformado Ron Franz, a última pessoa a ver Supertramp, antes de embrenhar-se no Alaska.
Penn mostra uma direção segura. Até demais. Esse excesso de confiança fez com que ele achasse que um filme com quase 2h30min de offs não ficaria cansativo. Mas ficou. Outra coisa que não passou pelo crivo da integridade foi os excessos a que o personagem do Emile Hirsch foi submetido.
Cenas onde ele fala com a maçã ou quando despeja riponguices de que não se apega em valores materiais e que procura algo pra motivar sua existência são histórias pra se contar pra vendedor de narguilé. Equívocos que impediram Na Natureza Selvagem de ter um resultado melhor.
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