Em uma época sem internet, sem videocassete e até mesmo sem dinheiro para o cinema, as sessões de filmes dos canais abertos eram meu único meio de contato com o cinema. E até que não era tão mal, exceto pela baixa qualidade das imagens, cheias de chuviscos e fantasmas. Lembro de ter visto O Vingador do Futuro pela primeira vez em Tela Quente. Lembro de Sharon Stone.
O mundo está dividido em duas partes: A Federação Unida da Bretanha, onde moram os ricos e poderosos, e A Colônia, uma espécie de favela. Basicamente, a Federação fornece a Alpargatas e a Colônia os trabalhadores. O recurso mais precioso na verdade é espaço, uma vez que todo o resto do planeta está inabitável. Na Colônia, há um operário chamado Douglas Quaid (Collin Farrell), um homem normal, que vive com sua esposa Lori (Kate Beckinsale). Normal, até que começa a ser atormentado pelo mesmo sonho seguidamente, no qual está com uma misteriosa mulher. O homem é do tipo sortudo. Na vida real, uma gata. Nos sonhos, outra. Nada mal para um operário pobre. Quaid termina por ir a uma empresa chama Rekall, com o objetivo de comprar lembranças. Se você achar que suas memórias são reais, elas serão reais. A operação termina por despertar memórias verdadeiras, de uma vida anterior na qual era um espião da Federação, com a missão de encontrar e assassinar o líder dos rebeldes, terroristas da Colônia dedicados a expor os verdadeiros objetivos do Chanceler Cohaagen: exterminar a Colônia e se apropriar do território. Agora, Quaid se encontra em uma situação confusa. Não sabe quem era de verdade, não sabe nem quem é agora, está sendo caçado como um animal. Para sua sorte, aparece uma garota linda, Melina (Jessica Biel), e os perseguidores são ruins de mira.
Em resumo, o filme é bom. Em síntese, a trama geral é bem diferente do original. Nada de Marte, nada de mutantes (a não ser a prostituta de 3 seios, mais uma vez) e nada de mais. Mas os elementos são os mesmos. Muitas sequências longas de ação sustentam a produção, disfarçando a história genérica. Com mais algumas modificações, poderia dispensar o encargo de ser remake, mas claro que iria perder a chance de atrair atenção da massa. O futuro retratado possui tudo que você imaginava desde criança: Robôs, carros flutuantes, armas futuristas e scanners de memória. Como diria o falecido baixista do The Who, John Entwistlehn, o maior inimigo do homem é sua esposa. É o caso aqui. Quaid é perseguido implacavelmente durante até os momentos finais pela “esposa”. Achei até que ela seria também um robô, modelo T-1000, exterminador. Tanta correria cansou Quaid e o espectador. Também há uma tentativa de inserir elementos zen no contexto do filme. A Rekall tem uma decoração oriental com direito a estátua gigante de Buda e diretor japonês esbanjando sabedoria. Mas meio que esses elementos ficam perdidos no espaço.
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