O escritor Alan Moore certa vez disse: "Para criar uma história que assuste as pessoas, primeiro pense em algo que assusta você." Viver em uma casa assombrada parece um horror que pode atingir a todos, afinal quem pode assistir a um filme ao menos possui um teto. Mas por ser um tema tão retratado pelo cinema, fica parecendo impossível surgir mais alguma surpresa, principalmente tendo Poltergeist como referência máxima.
Em Sobrenatural, a rotina de um casal é alterada quando um de seus filhos, Dalton, entra em coma repentinamente. Os médicos não sabem o que fazer, afinal o corpo do garoto não transmite nenhuma anormalidade que explique o caso. Porém, estranhos acontecimentos levam a crer que a casa está assombrada por forças espirituais malignas, o que estaria causando a doença de Dalton.
Em resumo, o filme é bom. Quando vejo uma produção sobre casas mal assombradas, imediatamente minha mente faz o resumo do roteiro padrão: família feliz se muda para a casa nova; coisas aparentemente insignificantes começam a acontecer mas os moradores não dão muita atenção (fase 'deve ter alguma explicação'); eventos inexplicáveis começam a saltar à cara (essa é a fase 'agora sim eu acredito', e geralmente alguém morre); tenta-se de tudo, geralmente unindo ciência e religião mas alguém ainda mantém o ceticismo (geralmente o pai). Sobrenatural segue praticamente esse mesmo modelo, mas desde a capa entrega logo que não é a casa que está mal-assombrada. Aí que está o lado bacana do roteiro, pois se trata de uma história realmente interessante e de certa forma mais próxima da realidade. Falo da projeção espiritual, capacidade de enviar a alma para outros lugares enquanto se dorme, e dos perigos que se corre ao realizar tal prática. Há muita gente que jura que pode fazer isso. Portanto, em certos pontos assusta de verdade, mas claro que uma inclinação ao cristianismo ajuda. O fato de evitar mostrar cenas muito explícitas ajuda a manter uma aura de mistério e coloca a imaginação pessoal em ação. Enfim, não poderia terminar sem mencionar a falta de escrúpulos da distribuidora ao lançar o filme com o nome homônimo a da série dos irmãos Winchester.
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