O que gosto no cinema da década de 70 é a crueza das produções. Havia uma retratação da violência de um modo que realmente impressionava e chocava o espectador. As produções prezavam mais a realidade. A partir dos anos 80 tudo se tornou mais exagerado, mais caricato. Mas foi a partir dos anos 90 que começaram a esculhambar de vez, e o resultado é que vivemos na época de GTA nos cinemas.
Em Sob o Domínio do Medo, David e Amy Sumner (Dustin Hoffman e Susan George) se mudam para uma propriedade rural no interior da Inglaterra. David procura um ambiente quieto para se concentrar em escrever um livro sobre teorias matemáticas, mas o comportamento ambíguo de sua esposa desperta o pior em alguns habitantes locais, levando a atos de violência que aliados a outros acontecimentos, desembocam em uma luta de vida ou morte.
Em resumo, o filme é bom. Segundo Nessahan Alita, as mulheres são semelhantes a certos entes míticos atormentadores que não são maus mas também não distinguem muito as coisas: sacis, caiporas, curupiras, yaras, sereias etc. Em Sob o Domínio do Medo, o comportamento de Amy é o estopim de toda a questão, e envolve completamente o espectador através da beleza física e da alternância de suas atitudes. Seria ela uma esposa amorosa ou definitivamente o veneno do rato (comeu, morreu)? Algumas pessoas já nascem com uma propensão natural para a violência. Não é o caso de David, um matemático pacífico e franzino. Mas ao se ver envolvido em um turbilhão de violência, parte para a luta e até gosta. Infelizmente, após todo o complexo jogo psicológico desenvolvido na trama, que inclusive agracia o espectador com grandes cenas eróticas, o filme se perde em falhas de continuidade e situações um tanto forçadas rendendo apenas violência caricata e um final broxante.
Filmaço. Antológico.