Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é um minerador. Tenta a sorte em um dos mais massacrantes trabalhos da história da humanidade. Mas se não se importar com a solidão e o perigo e contar com uma pequena contribuição da sorte, um homem pode mudar de vida nessa atividade. Após descobrir uma fonte de petróleo, Daniel se torna um prospector, percorrendo os Estados Unidos com seu filho adotivo, oferecendo seus serviços para proprietários de terras nas quais pode haver petróleo. Quando Paul Sanday (Pal Dano) vende a informação de uma vasta região potencialmente farta de óleo negro, Daniel volta todos os esforços para Little Boston. Lá, se depara com o jovem Eli Sunday (Pal Dano), o Pastor da Igreja da Terceira Revelação. Eli se diz milagreiro e vê na presença de Daniel a oportunidade para fazer crescer sua congregação graças ao dinheiro do petróleo. Logo, uma rivalidade odiosa cresce entre os dois.
Em resumo, o filme é ótimo. Reconheci logo nos primeiros dez minutos o nível da atuação de Daniel Day-Lewis. Até um leigo como eu pude reconhecer que o ator merecia um Oscar. E ganhou mesmo. Nos primeiros minutos de Sangue Negro, acompanhamos o árduo trabalho de Daniel em sua mina. Chega a ser cômico o modo como ele lida com as dificuldades e imprevistos que surgem. Aliás, os mineiros e trabalhadores nos poços de petróleo lembram formigas lidando com maquinários gigantes os quais a qualquer desleixo os matam. Daniel se mostra um homem de aço que faria frente à Stálin! Mais tarde, em outro empreendimento já com um grupo, após encontrarem petróleo, um dos trabalhadores morre em um acidente e Daniel termina por adotar seu filho, ainda bebê. Esse é um dos fatores que enriquecem tanto o personagem. Ele adotou o filho por compaixão ou apenas para ganhar credibilidade junto aos fazendeiros que abordava para conseguir permissão para explorar a terra? Já em Little Boston, surge o conflito mais interessante do filme: O Ateu Daniel contra o Pastor Eli. Alguns pôsteres já traziam essa sugestão. O homem de Deus aqui pertence ao grupo dos religiosos superpoderosos. É do tipo capaz de curar doenças e expulsar o demônio do corpo das pessoas. Após um início relativamente pacífico e político, logo os dois entram em rota de colisão, estabelecendo um relacionamento no qual um tenta humilhar o outro em uma espécie de guerra sem sangue. Ao menos até os últimos minutos. Sangue Negro vive de seu contraditório protagonista. Um vilão ou um herói? Um homem honrado ou um saqueador vil? Um louco ou um gênio? Um pai amoroso ou um aproveitador meticuloso?
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