Justine (Kristen Dunst) está na noite mais feliz da vida de uma mulher. Está? Todos achavam que sim, inclusive o noivo. Mas, embora estivesse se casando em uma cerimônia milionária, em uma espécie de castelo de conto de fadas, a mulher se encontrava em um estado mental, digamos, do tipo que nenhum homem suportaria tê-la por perto. O casamento termina quando começa, e ao estilo Gabriela! Mas tudo bem, porque um planeta chamado Melancolia está em rota de colisão com a Terra e tudo vai se acabar mesmo. Ao menos metade dos cientistas do mundo aposta que sim. Bem que poderia ser o motivo para a melancolia de Justine. Mas as mulheres não são assim tão simples. E essa é pior.
Em resumo, o filme é ruim. O diretor Lars Von Trier não ocupa muito minhas recomendações. Não que tudo que faça seja péssimo, mas o comparo a uma banda de rock que tenta reinventar algo e termina perdendo mais que ganhando. Melancolia entrega exatamente o que diz: Melancolia, oras. Temos duas partes, ambas extremamente entediantes. A primeira, na qual vemos o drama de Justine, lentamente perdendo a vontade de viver, em meio à preocupação de sua irmã, Claire (Charlotte Gainsbourg), com os convidados e o comportamento dos mesmos. Tudo é retratado tão naturalmente que parece que estamos mesmo dentro de um casamento. Perfeito, mas não acontece nada que desperte o interesse. Cerimônia encerrada e estragada, vamos à segunda parte ainda mais melancólica. Justine entra em uma depressão cada vez mais profunda, sendo cuidada por sua irmã e o marido, John (kiefer Sutherland). Isso mesmo. Cansado de tantos dias agitados como jack Bauer, Sutherland resolveu pegar um papel mais calmo: um astrônomo que espera pelo fim do mundo. Mesmo assim dá pra notar na primeira parte que seu personagem ainda tem vontade de desferir uns sopapos. É sacrifício ver o sofrimento por nada de Justine, bem ao estilo pré-adolescente gótica. Mas chegamos a uma dúvida pertinente. Um filme, cujo título é Melancolia, e produz 136 minutos de melancolia, pode ser considerado ruim? Se esse era o objetivo, claro que não.
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