Eis que os “hermanos” surpreendem mais uma vez. Além de serem o melhor público de shows de heavy metal que já vi (confira os shows That One Night do Megadeth ou Live a tRiver Plate do AC/DC para entender), ainda conseguem fazer um filme com ótima qualidade técnica e com um roteiro acima da média.
Mariana (Pilar López de Ayala) é arquiteta, mas enquanto não consegue posição em sua profissão, trabalha criando vitrines para lojas. Vive em um apartamento em um dos tantos prédios de Buenos Aires. Aparentemente sem parentes próximos, amigos ou namorado. Solitária. Martín (Javier Drolas) trabalha por conta própria como webdesigner.Mora em um apartamento em um dos tantos prédios de Buenos Aires, bem próximo ao de Mariana. Aparentemente sem parentes próximos, amigos ou namorada. Solitário. Ambos têm dificuldade em conhecer novas pessoas e vivem dia após o outro talvez com a esperança de que algo aconteça e suas vidas se tornem menos monótonas.
Em resumo, o filme é ótimo. Medianeras surpreende por não se resumir a um só gênero. Enquanto romance, não utiliza dos clichês norte-americanos. Enquanto drama, não se polariza em uma tensão constantemente depressiva. Aliás, esse é o grande mérito dessa produção argentina. O tema central é a solidão na qual estão imersos alguns indivíduos que vivem em grandes cidades. Prédios habitados por dezenas de pessoas, rodeados por outros prédios formando centenas que não se conhecem, mas que com a chance certa poderiam se tornar grandes amigos ou talvez algo mais. Com esse fato em mente, um brasileiro inclusive criou uma rede social cujo maior objetivo seria interligar pessoas que vivem próximas, o Gazzag. Até a última vez que soube, ainda não se popularizou. Talvez pela idéia de que o vizinho pode ser nosso maior inimigo. Enfim, voltando ao filme, Medianeras apesar de lidar com depressão oriunda da solidão, aplica a quantidade certa de humor de modo a não deixar o filme totalmente dramático nem muito menos descambar em uma comédia romântica comum. Além de apresentar a rotina de vida do casal protagonista alternadamente, um narrador fantasma nos fala sobre os aspectos da vida social moderna por meio de metáforas baseadas na disposição e arquitetura dos prédios da cidade. O subtítulo que recebeu, Buenos Aires da Era do Amor Virtual, leva o espectador a imaginar se tratar de mais um filme abordando relacionamentos através da internet e, embora contenha mesmo o tema, não passa de alguns minutos. Nada é exatamente óbvio dessa vez.
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