Se você é um dos recentes viciados em UFC, fique longe dos filmes de ação da década de 70 sob pena de morrer de tédio.
Na época da Grande Depressão americana, o entretenimento ainda era capaz de tirar um homem da miséria. Aparentemente, Chaney (Charles Bronson) é apenas mais um dos tantos vagabundos que cruzavam o país através das linhas de trem. Mais, ou menos, que um dos famosos vagabundos iluminados, Chaney tem mais experiência nos punhos que na caneta. Ao parar em New Orleans, convence Speed (James Coburn), um apostador fracassado e em dívida, a colocá-lo nos ringues clandestinos de lutas onde o dinheiro das apostas pode deixar todos em uma situação bem confortável. Mas parece que os combates ilegais são mais seguros que o mundo corrupto e desonesto dos homens por trás das apostas.
Em resumo, o filme é regular. Em sua primeira vez na direção, Walter Hill já apresentava as características que marcariam sua carreira pela próxima década: histórias simples, com protagonistas frios e amargos, permeadas por uma violência crua e o pé no chão, criando uma espécie de drama de ação amarga. Apesar de cativante em vários aspectos, Lutador de Rua não chega a surpreender. Charles Bronson com cerca de 54 anos de idade, já havia se tornado o arquiteto vingador em Desejo de Matar, mas apesar da aparência física conservada, não convence enquanto lutador imbatível. As cenas de luta não possuem nada da “pirotecnia” avançada dos dias atuais, e isso é positivo, rendendo coreografias técnicas e duras. O problema na verdade é a falta da sensação de perigo nas lutas, que, quando surge, não dura mais que alguns segundos. O roteiro não ousa muito, mas entrega o que promete. Sem muita emoção mas sem se tornar enfadonho. Vendo os primeiros trabalhos de Hill, podemos até dizer que mudaram apenas os atores, mas a essência dos protagonistas continuou a mesma. Chaney, O Motorista, Tom Cody e Ajax são a mesma pessoa por dentro. Ar de indiferença, invencíveis fisicamente, e não são do tipo que tratam as mulheres como princesas, fato que sempre leva a situações hilárias do tanto que esses caras são brutos. O par romântico de Bronson é uma desempregada cujo marido está na cadeia, e que espera que o velho Chaney a prometa um futuro certo.
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