Quando alguém que possui uma carreira sólida caracterizada por determinados estilos, resolve arriscar algo diferente, na mais das vezes o resultado é decepcionante. Assim foi Robert Rodriguez ao enveredar em títulos como Pequenos Espiões e As Aventuras de Shark Boy e Lava Girl. Agora foi a vez de Martin Scorsese deixar de lado os psicopatas, mafiosos, mulheres traiçoeiras e policiais corruptos para dirigir a adaptação cinematográfica do livro infantil A Invenção de Hugo Cabret. Mas nem tão infantil assim.
Na década de 30, em Paris, um órfão chamado Hugo Cabret (Asa Butterfield) vive escondido na estação de trens. Enquanto ele mantiver os relógios funcionando corretamente, ninguém perceberá que seu tio desapareceu. Sobrevivendo de pequenos furtos, Hugo se dedica a consertar um autômato deixado por seu falecido pai, e isso indiretamente o leva a se aproximar de um senhor dono de uma loja de conserto de brinquedos mecânicos e sua neta, Isabelle (Chloë Moretz). A garota vem a se tornar a única amiga de Hugo, e juntos tentarão desvendar o mistério do autômato que de alguma termina interligando a todos.
Em resumo, o filme é bom. A Invenção de Hugo Cabret é sim uma aventura infantil, mas ainda acessível aos adultos. Transmite um show visual hipnotizante. Não à toa, arrematou as estatuetas de Melhor Fotografia, Efeitos Visuais e Edição de Som. Quanto ao roteiro, enquanto em uma visão geral é notada uma escassez de conteúdo mais significativo, ainda assim se faz sustentável por suas quase duas horas de duração. Apesar de ser uma obra de ficção, se utiliza de elementos históricos da época aliados a um personagem chave que realmente existiu e foi considerado o pai dos efeitos especiais. Não se trata de um filme sobre heróis e vilões, mas sobre amizade e solidão, como deixa claro desde o início quando ressalta alguns aspectos do inspetor da estação, vivido por Sacha Baron Cohen (outro que se encontra fazendo um papel não convencional), e que deveria ser o personagem mau da história. O grande mistério, quando revelado, chega a ser decepcionante por sua simplicidade, mas esse não é apenas o único atrativo do filme.
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