Sou dos que tem a opinião de que os consumidores de drogas ilegais são diretamente responsáveis pela violência gerada pelos traficantes. Você consome, você financia a violência. Mas o tema é ótimo para o cinema, principalmente quando explora o lado mais cômico do drama de ser um viciado, como acontece em Vamos Nessa (1999); Nem Tudo é o que Parece (2004); Medo e Delírio (1998) e Trainspotting (1996). Algumas pessoas podem ser usuárias fanáticas de narcóticos, mas mesmo assim contribuírem excepcionalmente para a sociedade, não sendo meros parasitas. O jornalista Hunter Thompson e o guitarrista Michael Schenker são grandes exemplos desse tipo de caso. Mas Prozac Nation se refere a outro tipo de drogas. Aborda os medicamentos legalizados, capitaneados pelos espremedores de cérebros de passado não muito louvável. Falo dos psiquiatras, criadores de zumbis modernos, dependentes de antidepressivos e estimulantes.
Elizabeth Wurtzel (Christina Ricci) teve uma infância um tanto quanto isolada. Seu pai abandonou a família quando ainda criança e desde então sua mãe se tornou sua única amiga e companheira. Quando sai de casa para estudar Jornalismo em Harvard, se entrega a uma vida de sexo e drogas que trazem à tona todos os problemas acumulados desde a infância levando a um estado de depressão e crises existenciais.
Em resumo, o filme é regular. Prozac Nation é baseado no livro de mesmo nome escrito pela própria Elizabeth Wutzel. O filme começa de forma impactante: Christina Ricci sentada na cama completamente nua! Mas nada de mais impressionante acontece depois, e aparentemente nem aconteceu antes. Essa é a tônica que permeia em todo o filme. Wurtzel se transforma em uma Junkie, mas do tipo que todos querem evitar, afogada em autopiedade e transbordando agressividade contra todos ao seu redor. A personagem não consegue cativar o espectador. Seus problemas não parecem ter sentido. Sua revolta é sem justa causa. Ao contrário de Rê Bordosa, como Junkie, Wurtzel não é nem uma companhia divertida para um drink. Quanto ao famoso antidepressivo Prozac, este apenas aparece nos momentos finais, e nem recebe muita atenção.
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