Em tempos de uma estranha histeria coletiva perpetrada por Crepúsculo, produções trash como Padre, vampiros mafiosos de Blade e Anjos da Noite, eis que surge uma produção que, com o perdão do trocadilho, é puro sangue. Deixe-me Entrar é a adaptação de um livro do sueco John Ajvide Lindqvist, o título remete às produções de Drácula da antiga Hammer, nos quais havia o mito de que um vampiro apenas pode adentrar uma casa se convidado pelo ocupante.
No filme, um garoto de 12 anos (Owen, "sofrido" por Kodi Smit-McPhee, o mesmo moleque de A Estrada)tem de lidar coma solidão, a separação dos pais e o bullying na escola. Quando conhece Abby (Chloe Moretz), a nova vizinha, encontra um novo fôlego no relacionamento eu se torna uma espécie estranha e até ousada de amor. Os dois são individualmente desajustados, mas Abby é uma vampira, e seu pai, um assassino.
Em resumo, o filme é ótimo. Posso até ousar e dizer que é o melhor filme de vampiros desde "Entrevista com o Vampiro". Os motivos: Não procura acrescentar inovações ridículas acerca dos mitos ou comportamentos dos vampiros, mas reapresenta antigas crenças já esquecidas ou ignoradas, como a necessidade do convite; apresenta o vampirismo como uma maldição que reduz o ser humano a um estado animalesco nada bonito; o filme se passa em 1983, fator de nostalgia; Chloe Moretz, uma atriz fora do comum. Mas tudo isso seria em vão não fosse a competência do diretor Matt Reeves e sua equipe. O pessoal acertou em tudo, no ritmo da narrativa, fotografia, trilha sonora e efeitos especiais. Aconselhável para assistir após a meia-noite, em um ambiente escuro e silencioso.
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