Eric Packer (Robert Pattinson) é um especulador do mercado financeiro. Aos 28 anos, já é um bilionário a frente de um grande conglomerado. Mas o poder e o dinheiro não o fizeram bem. Nem a ele nem ao mundo. O tornou um ser emocionalmente vazio, perdido em objetivos e sedento por novas emoções. O que o budismo classificaria como um “Deus Orgulhoso”. As decisões que toma afetam direta e indiretamente as vidas de milhares de pessoas ao redor do mundo. Agora, após uma decisão errada, Packer se vê diante de revoltas, ameaças de morte e falência iminente, mas tudo o que quer é cruzar a cidade em sua limusine adaptada e cortar o cabelo.
Em resumo, o filme é ruim. Cosmópolis possui um conteúdo denso. Aborda os piores males do sistema capitalista através da ótica principalmente de seus mestres, encarnado por Pattinson como uma espécie de robô insensível. A ideia central está brilhando em uma das cenas: “Um espectro está assombrando o mundo – O espectro do Capitalismo!”.Mas Cronenberg termina por criar uma produção verborrágica, repleta de diálogos emitidos por personagens vazios. Diria que essa abordagem foi proposital e necessária para transmitir as suas ideias, mas resultou em algo mecânico. A película escolhida também contribuiu para o aspecto monótono do filme. Uma espécie de imagem enevoada, de textura tal qual o tratamento gráfico que a fotografia de uma modelo recebe para ser publicada em uma revista. Não há bem um história. Apenas um amontoado de personagens dialogando sem muita emoção. Packer viaja acompanhado por seu segurança particular, encontra sócios, empregados, tenta um relacionamento com sua esposa, outra Deusa Orgulhosa, encontra outras mulheres e até um homem disposto a matá-lo, essa levando a uma das partes mais chatas e sem sentido do filme. A escolha de Robert Pattinson é até irônica para esse papel. O ator foi consagrado por uma série de filmes banais mas que renderam muito lucro para a indústria cinematográfica. Ou seja, algo completamente comercial, o oposto da ideia de Cosmópolis. Desta vez, se deu mal.
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