Talvez alguém veja o filme e ache que ele é apelativo, um retrato exagerado de uma pequena cidade uruguaia na década de 80, mas esta era a realidade de muitas cidadezinhas do interior daquele país (e ainda é). Lugares onde existia uma dependência dos vizinhos mais afortunados como Brasil e Argentina... se é que pode se dizer que eram afortunados.
O filme mostra justamente tal criticidade de forma bem cotidiana. Não é questão de apelo, mas sim questão de retratar a realidade. Ele centraliza a história na grande desilusão vivida por conta da grande ilusão que foi a passagem do Papa pela cidade, conseguindo trazer humor através do contraste entre a representatividade econômica (não deveria ser de fé?) da passagem para os moradores e a (in)significância da passagem da igreja por lá, mostrando de forma tragicômica as idéias mirabolantes típicas de quem está enfraquecido pelas circuntâncias.
Claro, existe apelação quando o Papa se vai e fica o povo com suas economias alimentando os porcos, mas esse apelo é para lembrar que aquela não é simplesmente uma historinha engraçada, é dura.
A pancada é dura, mas o cara não se entrega e até ri da situação.
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