E a fórmula funcionou de novo. Com a mesma força e beleza. A aventura de Robert Langdon antes de desvendar o código da Vince está tão cativante e intensa quanto o primeiro filme. Baseado o livro de Dan Brown, Anjos & Demônios foi na realidade escrito antes do Código da Vince e segue a mesma fórmula do primeiro: cenas intensas e freneticamente cativantes, a sensação de reviravolta ao final, códigos e mitos sendo solucionados, trama inteligente ligada a história e, é claro, polêmica.
Não é à toa que fórmulas de sucesso que são repetidas são também sucesso. Anjos e Demônios já era grande antes mesmo de sair às telonas. Afinal como um filme produzido pela Sony Pictures, baseado num polêmico Best Seller, com um diretor vencedor do Oscar e com um elenco também vencedor do Oscar poderia dar errado? Isso mesmo, nunca. Até por que Dan Brown facilita e muito a vida dos roteiristas ao escrever um livro que nasceu para ser filme, mesmo assim o roteiro tem lá seus erros.
Para quem não leu o livro perde detalhes, mas nada que perca o fio da meada. E para quem leu não espere ver a trama tão bem composta como é o livro, cheio de detalhes curiosíssimos.
O filme
Tom Hanks vive mais uma vez Robert Langdon, famoso professor simbologista da Harvard, que dessa vez é chamado pelo Vaticano num momento de tensão. Após a morte do Papa os quatro cardeais mais bem cotados para tomarem o posto alto dos sacerdotes da igreja católica são seqüestrados, no dia que iniciam o Conclave. E ainda a sub-matéria, que tem um efeito igual ao da bomba atômica, está escondida dentro do Vaticano e explodirá em algumas horas. A cientista Vittoria Vetra (Ayelet Zurer), que trabalha no local de onde a substancia foi roubada, está no Vaticano para ajudar a evitar a explosão.
A partir daí se sucedem acontecimentos que trazem à tona os Illuminati, antigo grupo que há séculos fora perseguido pela Igreja Católica. Juntam-se então Langdon, Vetra, simpático o inspetor Olivetti (Pierfrancesco Favino) e o mal encarado comandante Richter (Stellan Skarsgård), que, sob ordens do camerlengo Patrick McKenna (Ewan McGregor), tentam desvendar os mistérios e salvar os cardeais.
Frenético, Cativante, Inteligente e Formulado
Desde o inicio não se consegue desgrudar o olho da tela. Hora pelas frenéticas cenas de ação hora pelas discussões históricas e quebra de códigos, o fato é que o ritmo do filme é incrivelmente envolvente. Se esse é o trunfo o pecado vem em sua conseqüência. Por causa do ritmo agitado o filme não dá conta do livro inteiro e algumas situações acontecem de forma não muito justificáveis. Isto é, a razão de alguns personagens se envolverem com tanto empenho na história fica um pouco prejudicada, a fim de facilitar o roteiro, o filme perde um pouco de força, mas só um pouco.
Só um pouco mesmo, eu não sou muito fã desde tipo de filme, mas é inegável sua capacidade em emocionar e surpreender sem ser tão clichê. Vide a reviravolta que é assustadora para quem não leu o livro, e mesmo pra quem leu é bem feita. Nesse ponto é até melhor que seu antecessor, em O Código da Vince não foi tão difícil prever o final surpreendente. Em Anjos & Demônios Langdon está mais heróico, o que é também um pouco excessivo, já que suas tiradas inteligentes à La James Bond e a disposição policial deixam a dúvida se ele é apenas um professor da Harvard ou um espião secreto. Mesmo isso sendo um pouco de implicância minha impossível é não se entregar à Langdon e seu chame. Charme esse que falta à Vetra.
É claro que é um filme comercial, não é impecável tecnicamente, aliás, passa longe de ser um filme de arte, mas vale seu sucesso, definitivamente. Trata de coisas mais importante do que a trama há uma bagagem cultural interessantíssima no filme, mérito de Brown. Quando Langdon fala, por exemplo, da adaptação da cultura Greco-romana na cultura cristã, foi uma transação para aceitação ao cristianismo ficar menos chocante.
O sucesso é inevitável assim como a aceitação do publico. Tom Hanks está em ótima forma assim como o resto do elenco, a direção muito boa, as imagens de Roma são belíssimas e a trilha intensa. Mas devemos ficar sempre atentos à essas fórmulas Hollywoodianas, são intrigantes, belas, inegavelmente bem feitas, mas, são fórmulas.
Ressalvas
Anjos & Demonios – O livro vendeu mais de 36 milhões de cópias em todo mundo
Tom Hanks – Já foi indicado cinco vezes ao Oscar, levou por Filadélfia (1993) e no belíssimo Forrest Gump – O contador de histórias (1994).
Ron Howard – Foi indicado duas vezes ao Oscar, levou por Uma Mente Brilhante (2001)
Ewan McGregor - Nunca foi indicado, mas é o Obi-Wan Kenobi, não precisa falar mais nada né?
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