Com apenas 33 anos anos de idade e pouca experiência no ramo, o jovem diretor Francis Ford Coppola seria o responsável por uma das obras mais conhecidas e completas do cinema, a clássica trilogia de O Poderoso Chefão, que facilmente pode ser considerada uma das melhores, ou senão a melhor trilogia da história da sétima arte, levando-se em consideração que é um dos meus filmes favoritos, e com isso me sinto bem confortável para falar dessa obra-prima.
Baseado na obra de Mario Puzo, a trama se inicia com a apresentação dos Corleone, uma tradicional e poderosa família Italiana da Sicília, onde Don Vito Corleone (Marlon Brando) é o chefe, o que controla todos os negócios e assuntos pessoais da família, um homem admirado, poderoso e cheio de aliados. Ele está preparando seu filho, Sonny Corleone (James Caan), para a sua sucessão, o deixando a par dos negócios da família, ao mesmo tempo Sonny entra em contraste com seu irmão Michael Corleone (Al Pacino), um herói da Segunda Guerra Mundial, recém-chegado na casa dos pais e vivendo normalmente como um civil.
Logo no início da trama percebemos o poder e o status da família Corleone perante as outras famílias, falando em família, os assuntos de negócio são também totalmente separados de assuntos pessoais, e o respeito e fidelidade a todos os familiares é bastante destacado entre os personagens, como uma longíqua tradição.
Os verdadeiros problemas se iniciam quando Sollozzo (Al Lettieri), um mafioso que possui apoio de uma família rival,e que, durante uma reunião entre as mais tradicionais, Sollozzo propõe um grande esquema de vendas de narcóticos em Nova York, pedindo proteção política e permissão a Don Corleone, este não concorda com o trato, afirmando que mexer com o comércio de drogas é muito perigoso e que estava satisfeito apenas com o monopólio de jogos de azar e proteção a seus aliados.
Com isso, o conflito entre as famílias se desencadeia, tornando o ambiente do filme muito mais complexo e violento, isso dá ao filme um pouco mais de necessidade de atenção.
O elenco é incrível. Marlon Brando fica imortalizado nesse filme, com um dos personagens mais marcantes do cinema, definitivamente ele rouba a cena, porém, o papel mais difícil seria o de Michael Corleone, no decorrer da história e das intenso conflito das famílias, fica com ele a responsabilidade de levar os negócios da família a frente, um papel de um homem corajoso que sofre uma tamanha reviravolta na vida, tudo será mais explicado ao assistirem o filme. O papel de Michael Corleone também havia sido oferecido a Jack Nicholson, e a Dustin Hoffman, depois de explodir em A Primeira Noite de um Homem. Esse foi um dos papéis mais importantes da carreira de Al Pacino, já que a trilogia na verdade é voltada para a vida de Michael Corleone, analisando-se totalmente a trama.
A direção de arte e figurino também são ótimos, a fotografia da Sicília é maravilhosa, a parte técnica do longa não deixa a desejar, junto com dezenas de cenas marcantes e inesquecíveis,e até mesmo chocantes (como a cena da cabeça de cavalo, que é verdadeira), o tiroteio na barraca de frutas, a chacina no restaurante, entre tantas outras.
O cuidado com o roteiro também pode ser visto, sabendo que Coppola e Mario Puzo evitaram a todo custo o uso da palavra máfia nas filmagens, para não resumir em uma só palavra toda a complexidade vivida pelos personagens no filme, o resultao desse esforço resultou em 3 oscars: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator (Marlon Brando). Recebeu ainda outras 8 indicações: Melhor Ator Coadjuvante (Al Pacino, James Caan e Robert Duvall), Melhor Som, Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora, Melhor Montagem e Melhor Figurino). Ganhou ainda 5 Globos de Ouro: Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator em Drama (Marlon Brando), Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro. Recebeu ainda outras duas indicações: Melhor Ator em Drama (Al Pacino) e Melhor Ator Coadjuvante (James Caan) e o Grammy de melhor trilha sonora composta para o cinema (totalmente merecido, a música tema é memorável). Seguido por O Poderoso Chefão 2 (1974) e O Poderoso Chefão 3 (1990).
Totalmente realista, O Poderoso Chefão é um retrato frio da realidade da máfia Italiana dos anos 40, fica praticamente impossível desgrudar os olhos da tela, atuações memoráveis, personagens memoráveis, sem dúvidas uma proposta “irrecusável”.
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