O “mestre do suspense”, era assim que Alfred Hitchcock era conhecido, e não é para menos, pois se trata de um dos diretores mais famosos de sua geração e porque não da história da sétima arte, seus filmes possuíam características únicas, que somados com seu majestoso talento, fizeram dele um dos profissionais mais aclamados do cinema clássico.
Nem é necessário ter um grande conhecimento de cinema para saber da existência de obras-primas do diretor, quem nunca viu a clássica cena do chuveiro em Psicose?
Hitchcock soube criar filmes marcantes como poucos diretores conseguiram até então.
O filme de que falarei hoje é um dos vários clássicos dirigidos por Hitchcock, uma história aparentemente simples e que aos poucos nos envolve de uma maneira sensacional.
Janela Indiscreta nos apresenta a história de L.B. Jeffries (James Stewart), um renomado fotógrafo, que, por conta de um acidente de trabalho, quebra a perna e é obrigado a ficar confinado em seu apartamento, com o passar do tempo, a monotonia toma conta do seu dia, sem muitas opções do que fazer, Jeffries passa o dia em frente a janela vasculhando a vida dos seus vizinhos, a janela de seu apartamento fica em frente a vários outros condomínios, e ele acaba as vezes ficando o dia inteiro bisbilhotando a vida de várias pessoas, em alguns casos com a ajuda de um binóculo.
A vizinhança é aparentemente comum, vários outros personagens são apresentados a nós nessa hora, um casal recém-chegado, um músico talentoso, uma moça atraente, enfim, vários são os perfis de seus vizinhos.
E assim o tempo vai passando, porém, numa madrugada, Jeffries presencia alguns acontecimentos que o fazem suspeitar de que um assassinato foi cometido, e com a ajuda de sua namorada Lisa (Grace Kelly) e de seu amigo detetive Thomas J. Doyle (Wendell Corey), Jeffries fazerá de tudo para provar que suas previsões estavam corretas.
Um dos destaques do filme foi a construção de um enorme cenário nos estúdios da Paramount para a ambientação da vizinhança, com mais de 30 janelas, todo esse cenário foi baseado em um quarteirão real da cidade de Nova York, mais os endereços citados no filme nunca existiram.
Outro ponto interessante a destacar é a clássica aparição de Hitchcock no longa, em aproximadamente 25 minutos de filme, o diretor aparece consertando o relógio na casa do músico.
Durante algumas décadas, o filme esteve completamente inacessível ao público, pois Hitchcock comprou os direitos autorais de volta de 5 de seus filmes para deixar a sua filha, e Janela Indiscreta estava incluso entre esses 5 filmes, assim como Festim Diabólico (1948), e Um Corpo que Cai (1958).
Os filmes só voltaram ao alcance do público em 1984, quando foram relançados nos cinemas.
Janela Indiscreta ganhou uma refilmagem em 1998, protagnizada por Christopher Reeve (Superman), e Daryl Hannah (Kill Bil: Volume 1).
O ponto do forte do filme é o ótimo envolvimento que ele causa, nada se torna absurdamente monótono, no decorrer dos fatos, ficamos cada vez mais curiosos e ansiosos para saber o que ocorrerá no final, que com certeza não irá decepcionar ninguém, Hitchcock acerta em cheio nesse ponto.
O filme recebeu 4 indicações ao oscar: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia A Cores e Melhor Som.
Um filme de suspense surpreendentemente divertido, original e envolvente, um clássico do diretor Hitchcock e um dos meus filmes favoritos, e com certeza de muitas outras pessoas também, um roteiro excelente, junto com as ótimas atuações, tanto do protagonista quando dos coadjuvantes, o “mestre do suspense” realmente capricha em seus trabalhos, nos presenteando com magníficas obras como Janela Indiscreta.
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