No dia 1º de junho, estreou nas salas de cinema do mundo inteiro “Branca de Neve e o Caçador” (“Snow White and the Huntsman”, no original), que marca o debut de Rupert Sanders enquanto diretor. Estava curiosa sobre o filme fazia algum tempo, já que este não é o primeiro sobre a princesa e sua madrasta diabólica a ser lançado esse ano. Queria vê-lo para depois compará-lo com a versão do Tarsem Singh – diretor do ótimo The Fall, de 2006 –, que está muito mais para comédia romântica do que para uma história sombria.
O roteiro é assinado por Evan Daugherty, John Lee Hancock e Hossein Amini, mas é baseado no famoso conto dos irmãos Grimm. Mesmo não sendo minha história preferida dos irmãos – não tem como Branca de Neve bater “Um-olho, dois-olhos, três olhos”, “Bicho Peludo” ou “O noivo salteador”, além de muitas outras –, ela é ótima, além de ser um bom exemplo de que não devemos receber coisas de estranhos, principalmente maçãs.
Porém, no filme não é bem assim… No longa-metragem, Branca de Neve (Kristen Steward) é uma jovem princesa que foi aprisionada durante grande parte de sua vida por sua madrasta diabólica, a Rainha Má(Charlize Theron) que todos nós amamos. Certo dia, a princesa consegue escapar de seu confinamento, e durante sua fuga “encontra” o Caçador (Chris Hemsworth), que acaba por decidir ajudá-la a encontrar o grupo de resistência contra a rainha. Durante a jornada, eles encontram vilarejos matriarcais, são perseguidos por partidários da rainha e encontram um cervo que lembra muito um personagem de certa animação japonesa (mas falo disso depois).
É realmente difícil não falar mal da Stewart, no filme, percebi uma ligeira melhora em sua atuação, porém, ela se torna insignificante quando comparada com as interpretações dos outros atores. Theron está ótima como rainha, conseguindo passar todo o ódio e loucura, tristeza e medo, sempre na medida certa. O Caçador de Hemsworth não é tão impactante quanto a Rainha Má, mas é ele quem carrega o filme em certos momentos, e também é ele o responsável por boa parte dos momentos mais cômicos do filme – que não são muitos –. Seu aspecto um tanto selvagem e o machado lembram um pouco Thor, mas não vejo isso como um problema. Os anões não tem a mesma simpatia dos da Disney, talvez pela história ser mais sombria que a versão animada de 1937.
O que chamou atenção – pelo menos para mim – foram duas das minhas cenas preferidas do filme. Uma é a que mostra o encontro da Branca de Neve com o grande cervo branco e a outra mostra o retorno da rainha ao palácio, coberta de penas e um liquida negro e viscoso. Ambas foram muito bem executadas, mas o que me deixou com uma – ou seriam duas? – pulga atrás da orelha foram as semelhanças delas com duas cenas de animações do Hayao Miyazaki (nos filmes A Princesa Mononoke e O Castelo Animado, respectivamente). A semelhança é muito grande, e fica a duvida se é homenagem ou falta de criatividade. Prefiro acreditar ser a primeira. Cenas da jornada da princesa, nas quais eles andam por montanhas e florestas, me lembram um pouquinho outras cenas, mas essas da trilogia Senhor dos Anéis, mas quase todo filme (ou série) que tenha cavalaria na atualidade lembra também, então acredito não ser proposital.
Colocando todos os itens na balança, o saldo de “Branca de Neve e o Caçador” é positivo, se saindo melhor ao adaptar o conto dos irmãos Grimm que a outra versão lançada nesse ano. A fotografia é linda – mesmo que lembre um pouquinho Crepúsculo, o que é meio assustador – e os efeitos visuais também, a trilha sonora é maravilhosa e no filme se têm boas interpretações. O final – bem diferente das versões que conhecemos – também me agradou bastante.
O debut de Sanders não é um filme que irá mudar sua vida. É uma ótima escolha para quem procura diversão em um longa-metragem, mas sem compromisso.
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