Woody Allen está numa boa safra de filmes desde Match Point. Em Vicky Cristina Barcelona ele conta uma história sobre o amor e suas várias facetas. Há um triângulo amoroso, há duas personagens que acham que tem um bom auto-conhecimento, mas que estão prestes a descobrir que as coisas não são bem assim. Javier Barden interpreta Juan Antonio, um pintor que vai direto ao ponto em relação as mulheres e que é responsável pelos melhores diálogos do filme.
O que já era bom, fica melhor com o aparecimento de Penelope Cruz, que a cada filme mostra estar melhor. É evidente que é um assunto bem batido, mas ele é trabalhado de uma forma bem interessante e relativamente original. O filme impulsiona reflexões sobre a diferença de amor e paixão e a rotina e os arrependimentos que podem surgir a partir de um amor não muito bem compreendido.
Woody Allen aproveita para encher o roteiro com o seu humor característico, que se você não achar ofensivo, vai te fazer rir. Além disso, ele nos brinda com um pouco da cultura espanhola, com músicas típicas, como Paco de Lucia, as arquiteturas de Gaundi e certos aspectos do dia a dia de Barcelona, como o fato de tudo fechar muito tarde. Bom que tudo isso não é um mero cartão postal da cidade e sim aspectos que influenciam os personagens e as situações nas quais eles se encontram, na maioria das vezes.
Faltou um final impactante como o de Match Point, com toda aquela analogia entre a vida e uma partida de tênis, além de um tempero a base de Dostoievski... mas aí era pedir demais.
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