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Os 10 Maiores Vencedores do Oscar de Animação

O Oscar 2018 terá a 17ª edição do Oscar de Melhor Animação. Criada em 2002, a premiação tinha como objetivo reparar uma dívida histórica com o gênero: até então apenas A Bela e a Fera tinha recebido uma indicação a Melhor Filme, com A Branca de Neve, Uma Cilada Para Roger Rabbit e Toy Story recebendo prêmios especiais. 

Para homenagear o gênero, listamos os dez melhores entre os dezesseis filmes laureados até o momento nesta categoria. Confira, comente e dê sua opinão! 


10. Wallace e Gromit: O Ataque dos Vegetais (Nick Park e Steve Box, 2003)

Filmes stop-motion são um subgênero praticamente cult da animação, desde os que mesclavam a técnica com a realidade (caso de Jasão e os Argonautas) quanto os que fazem um filme inteiramente com a técnica (como O Estranho Mundo de Jack). Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais, dirigido pelos britânicos Steve Box e Nick Park, tirou sarro dos clichês de mistério ao acompanhar as aventuras de um inventor e seu cão tentando salvar o festival de agricultura anual de uma bizarra praga de coelhos, entregando o melhor do humor visual, sendo ainda um filme cheio de gags hilárias e ritmo praticamente incansável.


09. Os Incríveis (Brad Bird, 2004)

Após os primeiros sucessos, a Pixar não tardou em se transformar praticamente no sinônimo do cinema de animação americana recente. Com uma narrativa no limite do infanto-juvenil, ainda tremendamente inteligente e sofisticada, Os Incríveis abordou o universo super-herói não só fazendo paródia mas também contando aquelas histórias humanas e tridimensionais sobre aceitação. A família de super-heróis proibida de usar seus poderes passa boa parte do filme tentando renegar sua essência e quase se dissolve, com uma dramaticidade exemplar do roteiro, mas claro que irá reclamar seu lugar ao sol em sequências cheias de adrenalina, humor e emoção. Bem que os filmes de herói poderiam aprender uma coisinha ou duas com Os Incríveis.


08. Up - Altas Aventuras (Peter Docter, 2009)

Um filme que consegue te fazer chorar já no início e, pasmem, ainda consegue manter o interesse pelo restante da projeção? Isso mesmo. Junto a alguns outros filmes, Up - Altas Aventuras é um dos ápices da Pixar, falando no meio da aventura do velho Carl e do garoto Russell sobre temas como solidão e velhice de maneira tão evitada pelo indústria infantil por tanto tempo. Pode não atrair tantos comentários quanto os primeiros filmes que colocaram a Pixar no mapa, mas difícil encontrar alguém que resista aos encantos dessa sensível aventura dramática.


07. Procurando Nemo (Andrew Stanton e Lee Unkrich, 2003)

O primeiro Oscar “para valer” da Pixar, após o Oscar honorário para o fenômeno Toy Story em 1996, Procurando Nemo é, com o perdão da palavra tão usada, um clássico. Personagens como a peixinha esquecida Dory ou cenas como a do tubarão ou a fuga do aquário do dentista já são ícones da cultura popular, largamente referenciado em um filme que mostra toda a originalidade da concepção visual da Pixar, que também é ambiciosa em trazer temas mais rebuscados para gêneros dito inofensivos: que o diga a história de Marlin, pai superprotetor cuja neurose acaba colocando o filho em risco. Esbanjando timing para drama e comédia de maneira afiada, Procurando Nemo mereceu o primeiro dos impressionantes oito troféus conquistados pelo estúdio até agora.


06. Shrek (Andrew Adamson e Vicky Jenson, 2001)

É verdade que nem a própria Disney consegue bater a Pixar em número de prêmios. Mas quem teve a honra de receber o primeiro carequinha dourado de animação foi Shrek, até agora o maior clássico e a marca registrada da DreamWorks, companhia de animação de Steven Spielberg. E para um gênero que tornou-se conhecido pelos contos de princesas e cavaleiros, é até hoje uma grande ironia ganhar aquele que é o anti-contos de fada. O herói é um ogro odiado por todos. A princesa é insubordinada, respondona e ativa como poucas até então. O príncipe é um vilão patético e narcisista. O motivo de tamanha adoração não é lá nenhum mistério: Shrek não é só uma das grandes animações recentes, mas também uma das grandes comédias do nosso tempo, e a sua subversão e a anarquia compartilham do mesmo DNA das grandes obras do gênero.


05. Ratatouille (Brad Bird, 2007)

Não foi só Gordon Ramsay que mostrou o drama e a tensão de uma cozinha nos anos 2000: a Pixar nos introduziu o vilão e crítico culinário Anton Ego, que destroça os restaurantes por onde passa, num dos filmes que tem aquele costumeiro talento do estúdio em criar personagens com passado, questões, virtudes e defeitos. A saga do ratinho Remy e do atrapalhado humano Linguini é a clássica história do estúdio, sobre o personagem que não aceita as amarras sociais impostas a ele e que subverte em meio a comédia física seu próprio destino. Comédia física, aliás, que é um dos grandes diferenciais de Brad Bird, um dos grandes diretores da Pixar: se não fez os mais comoventes, com certeza fez os mais alucinados e hilários.


04. Divertida Mente (Peter Docter e Ronaldo Del Carmen, 2015)

As emoções antropomórficas da Pixar são o estúdio audaciosamente no limite da abstração: a luta da Alegria e da Tristeza para retornar à torre de comando de equilíbrio emocional da jovem garota Riley é recheada de conceitos como sonhos, memórias e o inconsciente funcionando como dispositivos narrativos. O filme de Peter Docter,  de Up - Altas Aventuras, é quase um exercício de metalinguagem mostrando o passo a passo da jornada de uma personagem por um conflito e como sua mente funciona diante das circunstâncias. Não à toa que, apesar do apelo infantil da superfície, tantos adultos continuam assistindo Pixar com o mesmo gosto e apreço há vinte anos.


03. Toy Story 3 (Lee Unkrich, 2010)

Toy Story é a marca registrada da Pixar. Woody e Buzz Lightyear são seus personagens mais conhecidos, verdadeiros ícones dos anos 90. E é claro que Toy Story sempre receberá a atenção especial. Com a direção de Lee Unrkich (Toy Story 2, Monstros S.A., Procurando Nemo) e roteiro das mãos do próprio em conjunto com o chefão John Lasseter (Toy Story, Carros) e Andrew Stanton (Wall-E, Vida de Inseto), Toy Story 3 fecha o ciclo e forma uma das grandes trilogias do cinema. Fãs, personagens e criadores envelheceram juntos em um filme sobre a passagem do tempo, o apego ao passado e a aceitação do futuro. Ao apresentar a transição de Andy para a faculdade e de seus brinquedos para novas crianças, Toy Story mostra-se um velho amigo íntimo que sempre parece entender nossos dramas. E mesmo com o trabalho de manter o nível de dar sequência a filmes tão bons assim, manteve o nível, com uma das mais loucas e excitantes sequências de fuga já filmadas (desenhadas? geradas?) pelo estúdio.


02. Wall-E (Andrew Stanton, 2009) 

O anárquico humor loser de Chaplin em Tempos Modernos encontra o senso operístico da encenação de Kubrick em 2001: Uma Odisseia no Espaço. Assim é Wall-E, o filme de ficção científica da Pixar, onde se demora na beleza plástica da elaborada encenação, com os movimentos de personagens e de câmera de uma rara beleza que revela-se uma aliada do humor questionador onde o corpo estranho e atrapalhado demonstra de maneira crítica os vícios comportamentais da civilização. Wall-E talvez seja o personagem mais carismático do estúdio - e se não o for, passa muito perto, com um apelo de comicidade, tristeza e doçura quase imediato.


01. A Viagem de Chihiro (Hayao Miyazaki, 2001)

O único vencedor fora do eixo EUA-Inglaterra no Oscar de Melhor Animação não foi qualquer um: A Viagem de Chihiro é o projeto de maior visibilidade de Hayao Miyazaki, o maior diretor do Studio Ghibli, maior referência do cinema de animação japonês há três décadas. Chihiro não é o filme oficial de Alice, mas é sua versão definitiva: em sequências delirantes, tão majestosas quanto aterradoras, Miyazaki explora o fascínio e o medo de ser arrancado de seu mundo, de sua família e da rotina para cair de cabeça em algo que nunca vimos. E como todo Miyazaki, é sutil em seu exagero e intimista em sua grandeza. O Oscar só confirmou a importância de um dos maiores diretores da história recente em mais um de seus sonhos de possibilidades infinitas.

Comentários (8)

Alexandre Koball | sábado, 24 de Fevereiro de 2018 - 18:03

A categoria mais sem graça de todas. A Pixar sempre ganha, mesmo com filmes inferiores.

Vítor Miranda | quinta-feira, 01 de Março de 2018 - 19:50

rango out :/ melhor filme do ~gore~ verbinski

jorge lucas | sábado, 03 de Março de 2018 - 10:48

Ratatouille no meu top 1 para sempre.

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