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7 motivos para ver Parasita

A maioria de crítica, público e premiações em 2019 pareceram concordar em uma coisa: Parasita é o melhor filme de 2019 - ou ao menos um deles. O celebrado longa do coreano Bong Joon-ho tomou de assalto um ano especialmente bom para o cinema e já é considerado por muitos um novo clássico. Mas isso vocês já sabem, certo? A novidade é que quem não viu ou quem quer ver de novo pode conferir essa jovem obra-prima no Telecine. Novos assinantes têm 30 dias grátis para experimentar a plataforma.

Mas passado o burburinho de alguns meses atrás, ainda vale a pena ver o filme? Nós acreditamos que sim, e explicamos em sete motivos a razão! 

7. Uma narrativa envolvente

Sobre o que é Parasita? É quase impossível, como dissemos no nosso podcast, contar o enredo sem entregar várias reviravoltas surpreendentes. Mas o fato é que a história de como a família Kim começa a trabalhar para a família Park, através de uma sucessão de golpes bem elaborados que irão entrar em conflito e gerando consequências inesperadas, prega o espectador na ponta da cadeira desde o início. O filme é parte comédia farsesca, parte drama social e parte thriller violento, o que pode parecer uma mistureba de início, mas Bong conta isso de maneira simplesmente hipnótica.


6. Discussões e temas muito válidos

Parasita é filho de uma era essencialmente política. Por mais díspares que sejam, obras como Bacurau, Infiltrado na Klan e Coringa se destacaram por tocarem em pontos nevrálgicos da nossa sociedade hoje. E com Parasita não é diferente: ao abordar conflitos entre ricos e pobres, Bong debate de forma profunda e nada maniqueísta temas espinhosos como preconceito de classe, ganância material e precariedade social. Não há heróis nem vilões, apenas pessoas com falhas profundas entrando em rota de colisão.


5. O auge do cinema de um país 

Antes, o cinema da Coreia do Sul era pouco destacado ao lado de outros países asiáticos - China e Japão, por exemplo, sempre reinaram no cenário com cineastas como Akira Kurosawa, Hayao Miyazaki, Wong Kar-Wai e John Woo. Mas isso mudou a partir da década de 2000: o grande incentivo à cultura do país por seu governo passou a dar frutos. Exemplo inicial é o ano de 2004, quando Kim Ki Duk venceu Veneza e Berlim com dois filmes diferentes e Chan-Wook Park lançou o clássico da década Oldboy. Depois de outros projetos reconhecidos internacionalmente, inclusive por parte do próprio Bong, Parasita marca com todo o seu prestígio a era de ouro do cinema do país.


4. Um cineasta promissor que se torna um mestre

Com destaques na carreira como Memórias de Um Assassino, O Hospedeiro e Mother - A Busca Pela Verdade, além da distopia feita no Ocidente O Expresso do Amanhã, adaptada dos quadrinhos e protagonizada pelo Capitão América Chris Evans, Bong Joon-ho já era um cineasta com um currículo praticamente irretocável; caso ele se aposentasse antes de Parasita, já seria considerado um dos nomes mais interessantes de sua geração, mas com o filme em questão, o diretor é alçado à alcunha de mestre do cinema atual, daqueles que corremos atrás a cada novo projeto. Com uma maturidade invejável, o coreano mostra aqui seu domínio absoluto de controle cênico e, sem afetações estilísticas ou peripécias técnicas, consegue conduzir um filme riquíssimo temática e visualmente falando. O resultado é uma obra para assistir e, tempos depois, rever cenas isoladas só pelo prazer de ver um artista no pleno domínio da função.


3. Um colecionador de prêmios

Para além da aclamação universal da crítica (99% no Rotten Tomatoes e 96/100 no Metacritic), Parasita foi além e foi protagonista das grandes premiações do mundo, inclusive as principais: em Cannes, ganhou a Palma de Ouro e no Oscar levou a estatueta de Melhor Filme, sendo o terceiro filme a conquistar tal feito desde os longínquos Marty (1955) e Farrapo Humano (1945). Também é o primeiro filme não falado em inglês (o mudo O Artista não conta por razões óbvias) e o primeiro fora do eixo América/Europa a vencer o grande prêmio do cinema americano, e o inédito vencedor duplo de Melhor Filme e Estrangeiro. Quantos feitos, hein?


2. Um final de tirar o fôlego

OK, ok, você já entendeu que o filme é adorado por críticos, por premiações e afins. Entende que os assuntos são relevantes e temos várias cenas excelentes. Mas não podemos esquecer de um dos principais desafios do cinema: terminar um filme. E Parasita consegue se justificar? Pode apostar! Bong e Han Jin-won prepararam um final que consegue ser tão trágico quanto poético, que em um primeiro “entrega” tudo que foi construído até então, com a comédia e o drama dando espaço a um momento violento e escalafobético, que por sua vez deságua em um sensível epílogo. Um final que engrandece ainda tudo que vimos até então, relembrando a humanidade dos personagens.


1. Uma obra certamente influente

Um filme que mescla gêneros e discute assuntos relevantes e que fez até a Academia e seu histórico de privilegiar longas americanos e ingleses derrubarem suas fronteiras de gosto e laurear a obra de maneira inédita decerto irá deixar sua marca. Com o cinema coreano nos holofotes, muitos fãs passaram a postar em suas redes sociais cenas do filme como crítica política; e no âmbito cinematográfico, Bong já anunciou que irá produzir uma versão americana em série de sua obra prima ao lado de Adam McKay (A Grande Aposta, Vice), produzida pela HBO e protagonizada por Mark Ruffalo (Vingadores: Ultimato). Assistir Parasita agora é participar de uma experiência histórica, já que decerto testemunharemos muitos frutos de um filme tão bom.

Comentários (3)

Herbert Engels | terça-feira, 02 de Junho de 2020 - 10:36

``Apenas´´ 7 motivos rsrs.

Alexandre Koball | terça-feira, 02 de Junho de 2020 - 14:36

Grande filme, importante para a diversidade no Oscar também (e outras premiações). É super comum outros países terem filmes melhores que os americanos, e nem entre os 10 entram.

●•● Yves Lacoste ●•● | terça-feira, 02 de Junho de 2020 - 21:16

Já que o artigo é sobre o grande ganhador do Oscar deste ano, vou aproveitar pra falar sobre o restante dos indicados as categorias q não estão na página da premiação, como os curtas.

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