Talvez a melhor palavra para definir "Massare da Serra Elétrica" seja aterrorizante, não pela profusão de sangue, violência explícita e gratuita, mas pela atmosfera bizarra e convincente que Tobe Hooper ("Poltergeist, o Fenômeno") criou neste clássico do cinema de horror.
Primeiramente, é importante salientar que o orçamento para o primeiro longa do diretor era baixíssimo, míseros 140 mil dólares (e arrecadou fantásticos 40 milhões). Mas não se engane! Hooper em nenhum momento quis ser trash, ele leva o filme com demasiada seriedade. E por isso mesmo, surpreendeu a todos lançando a continuação do filme, uma excrachada comédia assumida e sangrenta.
"Texas Chain Saw Massacre" foi filmado em 16 mm, o que prejudica bastante a plástica da produção. Por isso o diretor foi esperto ao iniciar o filme com uma narração documental, ou seja, permitindo de certo modo um "amadorismo" na técnica. Tática usada sabiamente bem mais tarde em "Bruxa de Blair".
A história se inicia com cenas de corpos exumados de um pequeno cemitério do texas, em início, com flashs na escuridão de corpos em decomposição, e, logo depois, corpos profanados ao ar livre. Por conta disso, cinco jovens vêm à cidade verificar se seus ancestrais haviam sofrido com o agora famoso maníaco.
Leatherface (Face de couro) aparece mais de meia hora depois do início do filme. Notadamente um imbecial, guiado por instintos primitivos e manipulado por todos os membros de uma família (!) insana. Não perdendo tempo em usar sua marreta e serra "elétrica" e pendurando uma jovem pelo pescoço em um gancho. Assumindo assim, lugar de honra entre os ícones do terror moderno, como Michael Myers ("Halloween"), Freddy Krueger ("A Hora do Pesadelo") e Jason Voorhees ("Sexta-Feira 13").
Não há muito mais a acrescentar no seguimento da trama. É basicamente isso mesmo, uma história simples (como na esmagadora maioria do cinema do horror), porém, chocante e diferente do que se vê hoje em dia. Aposto que você nunca esquecerá da cena em que a família "convida" uma jovem para uma refeição de linguiças produzidas com carne humana e corpos em diferentes etapas de decomposição. Bom apetite.
Por fim, é indispensável criticar o desleixo e o descuido da distribuidora do filme no Brasil, já que a serra elétrica, na verdade, é movida a combustível líquido. Permitindo assim as quase intermináveis cenas de perseguição por floresta e estrada. Infelizmente, isso acontece ainda, envergonhando quem gosta também de horror e tem cérebro. Custava assistir ao filme?
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