Contar uma história no Brasil através da linguagem cinematográfica, para alguns que se acham "entendidos" ou aqueles que acham que cinema tem que fazer defesa social ou romantizar a violência, é sem dúvida, fazer filmes que não Linha de Passe. Apesar deste filme contar a história de uma mãe e seus quatro filhos que vivem em um bairro pobre de São Paulo e que lutam dia a dia em busca de alguma melhoria em suas vidas, além de ir atrás de seus próprios sonhos, não há uma gota de defesa social. Apenas o desenrolar de vidas frágeis e personalidades volúveis, pessoas que tentam ascender pessoal e profissionalmente enquanto enfrentam os desafios de cada dia. A opção narrativa de Walter Salles e Daniela Thomas é surpreendente e torna o filme melhor a cada momento. Os atores são espetaculares - Sandra tem forte atuação (e vencedora do prêmio de interpretação feminina em Cannes), o menino Kaíque é uma revelação e Vinícius, no seu reencontro com Walter Salles ganha muito mais contornos dramáticos. Linha de Passe emociona, faz pensar e conta uma história. É cinema como ele deve ser. E é o filme que foi preterido na indicação brasileira ao Oscar pelo ridículo Última Parada 174.
Críticas
9,0
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