Ressureição cinematográfica do Batman, depois do circo dos horrores que foi Batman & Robin. Chris Nolan realiza aqui a revisão da história do morcego, desde o assassinato dos pais de Wayne, até seu exílio no exterior e como ele aprendeu a superar o medo e se tornar um herói. As sequências do treinamento, comandadas por Henri Ducard (Liam Nesson em excepcional atuação) ocupam infindáveis minutos e valem a pena. Aqui Batman é transformado por fim num herói verossímil.
Christian Bale dá nova forma ao Batman, empregando a ele muito mais carga sentimental, coisa nunca feita por Keaton, Kilmer ou Clooney outrora. No combate ao império criminoso de Carmine Falcone (Tom Wilkinson, macabro), ele conta com três aliados importantes: Lucius Fox (Morgan Freeman, seguro) lhe fornece todos os apetrechos, como uniforme, armas e o bat-móvel e tudo isso é incrivelmente verdadeiro! Nada de badulaques do outro mundo; Alfred (Michael Caine, sarcástico), é o porto seguro de Wayne, dando-lhe todo o apoio necessário; Rachel Dawes (Katie Holmes, insossa), promotora pública, que enfrenta a máfia de forma que sua vida acaba correndo perigo. Logo, ele contará com o apoio de Jim Gordon (Gary Oldman, excelente), que é o resquício de honestidade na polícia de Gotham.
Os inimigos de Batman não incluem peças como Coringa, Mulher-Gato, Hera ou Charada. Surge aqui o mafioso Carmine Falcone, que detém o controle do crime e das autoridades da cidade, desvalida na corrupção. Ao seu lado, está Jonathan Crane, advogado que sempre consegue levar seus clientes bandidos para o seu asilo de doentes mentais, Arkhan. Para amedrontar quem enfrenta-o, ele utiliza um gás alucinógeno. Ele veste uma máscara de palha, ficando caracterizado como um Espantalho. O efeito do gás cria uma espécie de monstro. Logo, o trabalho de Crane acaba tendo como destino um objetivo maior, da organização comandada por Ra's Al Ghul (Ken Watanabe).
O roteiro, de Chris Nolan, é excepcional, pois cria uma nova visão do morcego. Ele não só humaniza o herói, como também o torna real e suscetível a falhas. O roteiro também acerta ao evitar o simplismo e o clichê, dando oportunidade para que a história tenha verdade suficiente para ser compreendida e não entre no lugar-comum ou no assalto ao cérebro do espectador, como foi feito nas duas partes anteriores.
Os efeitos são maravilhosos. Gotham é fotografada em tons pastéis e escuros, simbolizando sua decadência e sua corrupção. A direção de arte é magnífica, criando uma cidade amedrontadora. Já o som e a imagem são marcados por grandes efeitos especiais, que não propiciam uma artificilidade à trama, o que é sensacional. A trilha sonora de Hans Zimmer e James Newton Howard é perfeita.
Ao final do filme, fica a sensação de grande satisfação, pelo excepcional trabalho realizado. Batman, enfim, recomeça nos cinemas. A fênix sai das cinzas.
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