Você nunca mais ouvirá Singin' In The Rain da mesma forma.
Pode-se classificá-lo como um filme ousado.
Baseado na obra escrita pelo inglês Anthony Burguess no início dos anos 60, narra a história de Alex, jovem violento ao extremo e que uma vez preso, passa por um tratamento oferecido pelo Estado que visa reeducar a personalidade dos criminosos.
Deve-se ressaltar que o filme é adaptado da versão americana do livro, esta não contém o último capítulo que temos em nossa versão nacional, terminando a história de uma maneira, digamos, pessimista.
Com relação à transição das páginas para a tela grande, o filme é muito fiel, inclusive no vocabulário utilizado pelo personagem principal, que em muitas vezes faz o uso de gírias, estas criadas por Burguess para representar a adolescência de Alex.
O fato de o livro não ser detalhista com relação a cenários e figurino, possibilitou ao diretor desenvolver sua criatividade e expor seu estilo extravagante, como se observa em alguns locais pelos quais o personagem transita.
O nu explícito em diversas cenas é um fator que pode incomodar o público feminino, talvez esse seja o motivo de tamanha repercussão que o filme sofreu na época de seu lançamento.
O ponto principal levantado pela história é a questão do livre arbítrio. Alex, mal por natureza, submetido ao tratamento na prisão, torna-se um ser incapaz de fazer qualquer crueldade, porém, também de se defender. No momento em que vem a sua mente qualquer idéia relacionada à violência, este começa a sentir um forte mal-estar que não cessa até ele deixar de lado o que pretende por em prática, perdendo desta forma seu poder de escolha.
A forma como o Estado é apresentando também é outro ponto de se destacar. Os governantes têm com o tratamento imposto acabar com a criminalidade (algo que é utilizado como campanha eleitoral de um dos partidos na qual o Ministro do Interior é representante), contudo não se preocupam com a reinserção do ex-detendo na sociedade. Mais realista impossível.
Quando esta história foi escrita, tinha-se como pano de fundo um período futurista da sociedade, todavia não se tratava de um exercício de previsão, mas sim, retratar o que o autor já percebia em nosso comportamento naqueles tempos. Isso está demonstrado de forma eficiente tanto no livro, quanto no filme. As pessoas vítimas da violência e que clamam por justiça, são as mesmas que recebem Alex após seu tratamento, fazendo jus ao ditado: “Violência só gera violência”.
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