Divertido, com um ritmo gostoso, belas atuações e músicas que vão de empolgantes a realmente inspiradoras. Assim é Hairspray, remake musical de um grande sucesso da década de 80. Com um roteiro um pouco modificado, mas com a base da denúncia ao racismo, preconceito e uma crítica feroz aos padrões de beleza, longa mantém uma agradável união entre um filme de puro entretenimento com um pé como longa de denúncia.
Em Baltimore, nos Estados Unidos, quando os cabelos e as danças extravagantes eram a sensação do momento, a gorducha Tracy Tumblad (Nikki Blonsky) aposta todas suas fichas em um popular programa de TV, e acaba se tornando uma celebridade. Contudo, o caminho da fama para Tracy não será nada fácil, já que terá de enfrentar a ira de Amber Von Tussle (Brittany Snow), a ex-rainha do pedaço, e as ambições de sua mãe Edna (John Travolta), que ameaça mandá-la para a escola católicaEsse filme possui vários pontos bacanas.
As músicas são engraçadas. Há lugar para canções tolas, com uma letra nada a ver, como o numero que envolve comida, mas também a lugar reservado para canções mais sérias como “Bem vindo aos 80” ou a bela canção cantada por Queen Latifah sobre a luta contra o racismo. Alguns viram nesse filme a pura indústria de Hollywood tentando faturar em cima de um tema sério com um filme bobo. Já vejo de forma diferente. Por meio de uma história boba, em certos aspectos utilizando-se de clichê, o diretor utiliza esses meios para mostrar como um filme lançado a vinte anos que fala sobre como somos levados por meros padrões de beleza ainda pode ser atual. Sem contar na questão ao racismo. Está certo que as coisas não estão na mesma forma que antes, mas não podemos negar que há ainda muito preconceito, racismo, e certas dificuldades por partes dos negros em conseguir realizações na vida. É nesse ponto que o filme trabalha bem. Por meio da canção I Know Where I've Been (Eu sei onde estive) o longa consegue imprimir toda dor e sentimento de luta que ainda resiste nos movimentos negros. Prova disso é o longa Preciosa, lançado em pleno 2010 com forte denúncia ao governo para com os negros.
Em relação às atuações, simplesmente são ótimas. James Marsdem mesmo com um papel coadjuvante está ótimo. Nem parece de longe o Scott calado e mudo do X-mem, por sinal, ele canta e muito bem. John Travolta é o chamariz do filme. Interpretando a mãe de Claire, vestindo roupa de mulher, usando quilos de roupa para aparentar gorda, trabalhando para afinar a voz e ainda por cima, cantando, dançando e interpretando, sem dúvida, mereceu a indicação ao prêmio de Melhor ator no Globo de Ouro. Michele Pfeiffer está ótima como a vila da história. Zac Afrom segura bem o papel, mas o destaque do filme fica para Nikki Blonsky. Simpática, ela canta e dança muito. Consegue da vida à sua personagem. Um trabalho incrível. Simpático, sério e divertido. Assim é esse musical.
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