Era uma vez...
Realista e dramático. Filme se sustenta por uma boa história e entrega total de seus personagens.
Muitos são os filmes que retratam a questão da pobreza e violência que imperam sobre o Brasil. Uma estética marcada por essa violência que tem seu inicio fortemente marcado com o longa de Fernando Meirelles Cidade de Deus e ,conforme muitos críticos apontam, o fim devido ao desgaste do tema com esse Era uma vez e Última parada. Mas até quantdo filmes com essa temática e noticías sobre esses fatos terão que ocorrer para que algo mude.
A história que norteia esse longa é um drama entre dois jovens que se conheceram na praia do Rio, ela, rica, classe média, mora num apartamento em frente a praia. Ele, trabalha num quiosque , em frente ao apartamento dela e mora num morro. Perdeu um irmão devido a violência e outro foi preso de forma inocente por um erro que o protagonista cometeu. Após se conhecerem, passam a namorar. Mesmo com as diferenças, permanecem juntos, porém a realidade em que estão inseridos não tarda em aparecer mostrando fortes na vida deles, levando ao um final trágico, pois um desfecho feliz não existe em meio a essa verdade.
O que torna esse filme tão interessante no ponto de vista social é que a violência e desigualdade é mostrada com pano de fundo, não muito importância, mas que vai ganhando proporção com o andamento do filme, ou seja, um ator caudiovante, porém que tem muita força. Há diferença entre eles está constamente ao redor deles, porém tentam viver enganando a suas vidas. Mas o medo, a desconfiança, a diferença sempre aparece, seja na forma do pai da garota, na vida do irmão dele que toma rumos diferentes após sair da prisão ou no fato dele ser morador de morro e trabalhar num quiosque. Um recurso utilizado muito interessante para descrever isso é a projeção que a camera assume utilizando para matearilizar essa realidade, ele no calçadão da praia em frente ao quiosque vendo-a lá em cima numa posição de inferioridade e ela olhando para ele do seu apartamento num sentido de superioridade.
A fotografia e trilha sonora entram no filme pra retratar a ambiguidade e diferença entre eles. Durante algumas cenas é mostrada uma Rio separada por duas paisagens de forma igual, sempre lembrando a nós que estamos asssitindo ao filme, que existe uma difença e perigo real e a trilha entra em cenas trazendo a ambiguidade. Uma bossa nova ilustrando cenas de um morro ou amenizando as cenas mais fortes. Composto por atores não profissionais e tendo como protagonsita o ator Thiago Martins que é um morador do morro e trabalha com um projeto de artes cenicas chamado Nós do morro, o longa consegue ganhar mais veracidade.
Era uma vez é um trabalho interessante que retrata a violência utilizando-se de uma história de amor com fim trágico. Um filme que incomoda, pois em todo momento vemos fatos que são reais, chegando a conclusão de que a ficção imita a arte e que filmes como esses teem como ficcção apenas os nomes dos personanges, pois no restante guardam toda realidade nua crua como ela é. Um filme que está entre o independente e o comercial que merece ser visto e refletido
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