Dandelion conta a história de Mason Mullich, um jovem solitário que não vê perspectiva em sua vida. Olhando de forma aparente, sonha constantemente com seu suicídio. Possui uma relação fria com sua família, o pai Luke, trabalha numa fábrica e tenta uma vaga para vereador, sua vida nesse momento gira tudo em torno disso, sua mãe Layla, sempre deprimida, tem como únicos companheiros uma garrafa de vodka e comprimidos. Mas tudo muda quando chega a cidade Danny, uma garota extrovertida e sensível. A família de Manson vive sob um eterno silêncio, seus pais não são felizes, há um grande abismo entre eles e o jovem percebe tudo, ou seja, nós todos podemos perceber. Não há diálogos entre eles e são nos olhares que estão contidas todas as palavras de dor, angústia e raiva por eles estarem vivendo uma vida que não planejavam em uma cidade pequena e distante de tudo.
O longa que começa de forma previsível e com personagens em até certo ponto clichês, simplesmente muda de rota após alguns minutos. O que era previsível torna-se instigante. Devido ao um fato que acontece na história, Manson é levado a ficar longe de casa por dois anos. Após voltar, o que poderia ser um momento para se tornar rebelde e revoltado com todas as circunstâncias de sua vida, mostra simplesmente o contrário, a aceitação. A aceitação dos problemas, da falhas e imperfeições da vida. Nesse momento o filme começa a brilhar e ganhar notoriedade. Nesse sentido, o longa ganha outros ares e não fica preso naquelas comédias dramáticas adolescentes em que o rapaz se revolta e apanha para compreender o valor da vida. Aqui, Manson, olha tudo há em sua volta e percebe o que tem e o que não tem. O espaço geográfico ajuda muito a compor o drama do personagem. Constatemente durante o longa aparecem campos vastos e grandes onde o vento sopra constatemente sobre a paisagem. Há um grande silêncio no cenário, somente ouvimos o som do vento. A própria flor Dente-de-leão retrata muito bem de forma metafórica essa trajetória, a de deixar o vento te levar a todos os lugares possiveis e não se rebelar contra a vida ou o destino, mas simplesmente aceitá-lo. Pois serão nessas oportunidades que poderemos amadurecer, compreender a nossa vida e compreender o sentido de ser forte e é nesse sentido que acontece com o personagem de Manson
Após voltar a cidade, a relação com sua familia ainda continua a mesma, mas pouco a pouco algumas coisas vão mudando. Sua relação com Danny também. Quando primeiramente ele a encontra, ela está namorando um dos rapazes mais insuportáveis da cidade, metido com tráfico de drogas e outros problemas, mas numa noite em uma festa, ela em uma atitude espontânea, vai até ele e os dois ficam. Até esse momento tudo vai bem, mas novos ares aparecem sobre a vida de Manson novamente e o final, posso garantir, não é previsivel, mas também não é supreedente, é apenas aceitável.
Alguams cenas do filme são marcantes. A primeria é em que todos estão à mesa. Manson, seu pai, sua mãe e Danny. Após um almoço sob um frustante silêncio, Danny faz um comentário sobre Layla que Manson confirma e que seu pai mesmo sem jeito também concorda com uso de poucas palavras, mas que expressam muito sentimentos. e uma cena próximo ao final em que podemos compreender o motivo daquele homem estar sempre vendo o trem passar.
Um filme contido, com poucas palavras, mas de grandes emoções e sensibilidade. Uma história sobre amadurecimento, sobre como adolescentes descobrem a vida e um dos seus lados mais negativos e percebem que nada é como flores, mas que mesmo com seus espinhos eles abraçam a vida de forma colossal.
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