O melhor do cinema francês, em minha opinião, é a sua diversidade de estilos. Não há receitas prontas que garantam um bom filme, pois cada um exige uma abordagem especial. Neste sentido, Julian Schnabel adquire mérito próprio ao apresentar em O Escafandro e a Borboleta, de maneira sensível e não apelativa, a vida de um homem que sofre de uma rara paralisia.
Jean-Dominique Bauby (Mathieu Amalric), ex-editor de uma revista de moda, acorda em um hospital e recebe a notícia de que sofreu um acidente vascular cerebral, responsável pelo seu estado de paralisia denominado síndrome do Locked In, o qual o permite apenas o movimento do olho esquerdo.
Percebe-se na película o grande uso da câmara subjetiva, como uma tentativa de exibir o estado pouco dinâmico de Jean Bauby. A técnica, que em primeiro momento é um pouco cansativa devido ao excessivo uso do desfoque, demonstra-se eficaz quando enfatiza, por exemplo, a delicadeza dos cuidados femininos que ele recebe.
Belas paisagens, algumas situações imagéticas e constantes fluxos de memória ilustram, acompanhados por uma excelente trilha sonora, a profundidade psicológica e movimentada de um homem que, exteriormente, pouco a aparenta.
Contudo, a trama é demasiadamente simples: mostra a relação do padecido com a sua família e namorada, e o seu desempenho no uso de um método especial de comunicação. Destacam-se alguns de seus diálogos, retirados do livro de mesmo nome (no qual o filme é baseado), que prosseguem em um tom reflexivo-poético.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário