SPOTLIGHT – SEGREDOS REVELADOS
Ganhador do Oscar de melhor filme em 2016, este longa fica longe das expectativas de ser um grande filme para figurar, futuramente, em listas de melhores de todos os tempos. Ele competiu com “O Regresso”, que é um filme muito introspectivo mais voltado para o escopo da personagem; competiu com o fraco “A grande aposta” e competiu com o melhor de todos, “Mad Max – A Estrada da Fúria” – este sim deveria ter levado tal honraria.
O filme é baseado numa história real, até interessante, aliás, muito relevante, a questão da pedofilia envolvendo padres católicos nos Estados Unidos e porque não dizer no mundo.
Uma equipe de jornalistas decide investigar a história profundamente e aos poucos vão se deparando com inúmeros casos. Mas, o que deveria ser revelado de maneira absurda, indignante e monstruosa, nem sequer chega a nos mostrar cenários, casos, exemplos que possibilitem ao público reações de desprezo aos atos referidos no filme. Nele, o roteiro se preocupou mais em mostrar o dia a dia dos jornalistas em busca das provas, das testemunhas e das vítimas que sofreram os abusos.
Essas testemunhas, com relatos fracos não chegam a emocionar e compadecer o público.
Quando, na cerimônia do Oscar, ele foi declarado como melhor filme em lugar de “O Regresso”, não acreditava que seria o melhor dos que estavam concorrendo. Hoje, percebo, depois de assistir ambos, o meu veredicto é o de que os dois se equivalem, dou um ponto a mais para “O Regresso” pela atuação de DiCaprio.
Enfim, o filme que poderia ter sido um instrumento bem eficaz para a denúncia das atrocidades que padres católicos cometem com criancinhas de até 10 anos de idade, deixou passar tal oportunidade. Creio que, com medo da polemização do tema e de implicaturas que teriam com a poderosa Igreja Católica, preferiram deixar de lado o papel contestador para se valerem apenas do papel narrativo
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