HOMEM-FORMIGA – (Esse é o Filme!)
Esqueçam tudo o que vocês já viram sobre Super-Heróis!
Ver a chamada, o trailer ou “teaser” deste filme, “a priori”, não nos causaria nenhum interesse, sendo apenas mais um longa inspirado nos quadrinhos da Marvel. Já havia citado este filme antes, num dos primeiros artigos que escrevi nesta página, mas naquela época, ainda não havia assistido ao memo.
Certo, preconceituosamente assistindo, fui vendo que a “barra” ali, não era das mais favoráveis. Neste, a quantidade de peculiaridades, que contradizem outros filmes megalomaníacos da Marvel era propositalmente visíveis.
Na construção de um herói para o cinema, precisamos de alguns detalhes na esquematização de suas características. Todos possuem poderás sobre-humanos e/ou possuem bilhões em dólares que podem comprar esses super poderes; todos são carismáticos, possuem empatia com o público em geral; alguns são considerados imortais (será?!); e, em sua maioria são bem chatos, salvando-se um “Homem-Aranha” aqui, um “d’Os Vingadores” ali, mas o restante pode colocar tudo num pacotão jogar álcool e tocar fogo.
Por que estou citando tais detalhes? Por uma questão de propaganda, de divulgação, pois por tratar-se de um filme que foge totalmente aos detalhes que citei acima, a começar pelo nome original do filme que é “Ant-Man”.
A produção é a mistura maluca de pseudo ladrões, deboche, anti-heroísmo e final feliz.
O filme já começa no melhor estilo “chega de musiquinhas feita por orquestras comandadas por Ennio Morricone, Nino Rota, Henry Mancini ou por bandas de “Heavy Metal” que vêm sempre acompanhando estes filmes de heróis, aqui, despudoradamente, irrompe uma salsa panamenha bastante conhecida “Borombon” de Camilo Azuquita e encaixa muito bem, pois tudo é tropical, caliente, e ensolarado, não terá os becos escuros de Batman, as paredes sem reboco de Homem-Aranha e as aventuras malucas dos Vingadores.
O personagem que irá incorporar o “herói” possui características que não tão convencionais para os bonitinhos e limpinhos heróis já citados antes. Scott, o personagem, que será o Homem-Formiga, acabou de sair da prisão
mais uma vez, é ladrão, arrombador de casas, sem emprego, separado, não pode ver a filha e, nem tem onde morar. Ele é um típico ladrão romântico, não rouba, furta; não por maldade, mas necessidade, não machuca ninguém. E, mesmo possuindo tais defeitos, não enxergamos nele uma pessoa má, ele nos traz empatia e carisma, mesmo não sendo protótipo de nada ainda, atrevo-me a dizer que gostei mais dele enquanto era só o Scott.
O roteiro não economiza em zombar com outros filmes já lançados pela Marvel. Repleto de piadas sarcásticas, ao ponto de usar a ousadia e a liberdade na escrita, em anedotas no intuito de zombar outros heróis com suas versões gloriosas, humanas, principalmente os da Marvel. O escárnio é tão grande que ele chega a enfrentar um dos Vingadores, o Falcão, mas este leva uma surra, que não esquecerá por um bom tempo.
Em linhas gerais, resumindo, o filme se desenrola da seguinte: Scott Lang, que ama filha do Drº Hank Pym, mas não pode vê-la, e o vilão Darren. Nesse imbróglio, Drº Pym tenta proteger uma fórmula que ele criou de encolhimento e que Darren tenta desesperadamente tentando termina-la ou consegui-la.
É interessante notar, neste longa, que as características apresentadas pela personagem principal não se encaixam, com as convencionais: de um nerd, bilionário, e.t., fora-da-lei, imortal, assassino, poderes especiais, portanto o quê o Doutor viu nesse detento em particular? Viu Humanidade. Viu uma segunda chance. Viu o desejo de ser um pai melhor, viu uma chance de se redimir. Podendo, dessa forma, reparar o erro que cometeu na educação de sua própria filha.
Ele saiu da cadeia com o intuito de nunca mais se envolver em coisas ilegais, tentou alguns empregos, mas sempre que estava se estabelecendo, os patrões acabavam descobrindo e o mandavam embora. Até que um dia, cheio de tudo, ele perguntou ao primo como era o plano que eles estavam planejando.
Chegado do dia da ação, o especialista começa sua saga, sem saber o que irá encontrar. Consegue desligar o alarme de segurança, muitas semelhanças aqui com os filmes da franquia “Missão: Impossível”, toda a adrenalina, o espectador sempre imaginando que algo irá acontecer e/ou atrapalhar a ação do bandido, que no caso de Scott, era o mocinho. Penetra na sala do cofre e tem a primeira surpresa, para uma pessoa só, o que não daria tempo, mas, com destreza e inteligência, que só são possíveis em filmes de ficção. Então, ele abre um dos cofres mais bem protegidos do mundo, e o que vê dentro – nada – apenas um traje, parecendo de motoqueiro que acabou levando com ele, e Drº Pym, numa outra sala, espionando tudo o que Scott fazia, pois ele que tramou todo o plano de roubo.
Não demora muito, e Scott fica curioso quanto ao que poderia ter de especial naquela roupa, veste-a, mas no princípio, não consegue nenhum êxito, mexe, olha, observa, “futuca” (sic) e, do nada, encontra o dispositivo de encolhimento. Aí começa a sua saga, ela precisará ser rápido, alerta, ter destreza e perspicácia para fugir de coisas relativamente tão fáceis para um adulto, mas que para um ser minúsculo, tornam-se desafios, como no clássico filme “Querida encolhi as crianças”, com a ator Rick Maranis, que foi um clássico no fim dos anos 80.
Sem nenhum treinamento, ele, por descuido cai numa banheira que acabou de ser ligada, para ele um tsunami, consegui sair, mas é jogado pelo ralo do esgoto; quando menos espera estava na mesa de DJ em sua “pick up’ e só consegue se desvencilhar quando a agulha do disco passa por cima dele. Pensando estar salvo, a saga apenas começa, ele invade uma área minada - a pista de dança – imaginem uma criatura do tamanho de uma formiga tentando se esquivar de tamancos salto 15, “Louboutins” de todos as alturas, Scarpins com as mesmas características e sapatilhas em geral. Uma Odisseia através de um labirinto de pernas gigantes tão confuso como o “Labirinto de Longleat”, em Wiltshire, na Inglaterra.
Quando, finalmente consegue sair do pandemônio é preso novamente, que sina desgraçada é essa a sua?! Mas desta vez ele não espera, ele foge com as formigas, e a sua mais nova companheira (Anthony).
Segundo Dr° Pym, quando questionado por Scott sobre o fato de ter escolhido alguém, ele indaga: Por que eu? Ao que o Doutor respondeu você precisa de uma segunda chance. A possibilidade de se redimir. Você não quer? Você quer mostrar para aquela garotinha que você é o herói dela? Outra peculiaridade inerente a este anti-herói que os outros citados acima não possuem. E o mesmo Doutor se vê nele.
Este filme não traz em seu roteiro a velha máxima de “Salvação de um Mundo Futuro, mas de um Futuro para os Filhos deles”.
Aqui, começa a sátira com os heróis Marvel – Enquanto os grandes espíritos, heroicos, orgulhos de seu povo já vêm prontos, como “Os Vingadores”, que já nasceram fortes, bem equipados, e com uma equipe, a da S.H.I.E.L.D., que nem os russos, nem os americanos, durante todos período da Cortina de Ferro teria tanto amparo bélico, informações, espionagem e transgressões. Isso só nos faz crer o tamanho do narcisismo do prepotente mundo cenográfico americano – enquanto as pessoas se encantam com efeitos especiais, som, imagem, 3D, não param para pensar que nunca os americanos saem derrotados em seus confrontos – A partir deste ponto, esquecerei estes heróis saturados para falar num heróis do povo, não que ele tenha vindo da periferia, mas ele não faz questão de demonstrar os feitos de suas conquistas, ele se imagina uma pessoa qualquer, exatamente como quer o público-alvo desse tipo de filme. Ele já passou por dezenas de prisões, muito inteligente, audacioso, mas cabeça dura, desleixado, desequilibrado, sem jeito, um fiasco, nada do que podemos encontrar em um herói, mas é exatamente o que as pessoas precisam ver agora (BINGO!). Chega dessa coisa robotizada, controlada por computador, queremos algo humanização em nossos ídolos. Eles os são na vida real, também. Outra boa sacada do filme é que seu antagonista também é um ser sem poderes extra-humanos para que não haja disparidades.
Deparamo-nos aqui, com algo que nunca aconteceria em outros filmes da Marvel, com todo aquele pragmatismo em seus roteiros para não fugir da linearidade da história. Aqui, em Homem-Formiga, acontece a cena mais hilariante entre os últimos filmes já lançados nos últimos tempos, vocês precisam assistir a esse filme!
“Chega o momento de Scott se revelar para os seus amigos, mostrar como ele ficaria como Homem-Formiga, que, depois de serem avisados de não se assustarem com nada o que acontecia a partir dali os desencorajariam. Eles aceitam.
Scott aparece apenas com a roupa, sem capacete, os três observam e não dão a mínima, -- É isso aí?! Quando Scott coloca a máscara e aperta o botão, esses homens começam a rezar, a praguejar, a dizer que é bruxaria, mandinga, ficam enfeitiçados; Isso é coisa do David Cooperfield! – indaga, um deles, magia negra. Scott, parar pirar seus amigos, mais ainda, aparece no ombro do seu primo Luis – “Olhe para o seu ombro!”
Esse homem dispara em direção à outra sala como quem tivesse tirando um “encosto” (sic) de cima dele. Só se acalmaram depois que Hope dá tranquilizantes para os três.
A última parte do filme deve acontecer na sede das indústrias do Doutor Pym. Se tudo der certo as bombas estarão posicionadas em seus devidos lugares em tempo. Mas Scott acaba sendo capturado ainda como HOMEM-Formiga, mas consegue. Hank, um gênio, ferido por uma bala, parece que irá morrer com sua filha, pois o prédio será implodido, mas ele carrega uma arma secreta, daqui há o pouco eu conto. Darren, que foge de helicóptero vê sua indústria ser implodida.
Scott e Darren lutam no helicóptero, mas é em vão, até que Darren têm uma ideia boa e ruim, ir atrás da filha de Scott – a coisa que ela é a coisa que mais ama nessa vida! A luta começa. Aleatoriamente trocando de tamanhos eles conseguem fazer com que os brinquedos do quarto de Cassie crescem e se desenvolvam, tal qual “um Toy Story em Quadrinhos”. Mas chega um momento crucial na luta dos dois, Scott, percebendo que sua filha estava correndo perigo, decide arriscar-se tal qual fez a esposa de Drº Pym, ele penetra o aço de titânio de Darren para atingir o seu núcleo, ficando assim subatômico, ou seja, menor que um átomo, nada....
Passa um tempo, vagando na escuridão, não se sabe se consciente ou inconsciente, mas, num insight, algo acontece, ele desperta e se recorda de uma das advertências que o Drº fez para não tocar no regulador, pois ele o deixaria subatômico. Como ele já era estava nessa situação nada poderia ser pior, ele imaginou que a teoria poderia ser inversa. E foi o que aconteceu.
Sendo assim, ficam muitas perguntas a serem respondidas, mas não consegue se lembrar de nada. Será que ele esteve do outro lado mesmo? Questão que foi discutida no filme “Interestelar”. A quetão é: Ninguém tem a ousadia de se aprofundar diante de um tema que está presente na grande maioria das produções cinematográficas. Muitos dos que trataram sobre o assunto, claro que, de uma forma laica obtiveram sucesso: Ghos; Amor além da vida; O mistério da libélula; A casa dos Espíritos; Cidade dos Anjos; Os outros; O Sexto Sentido
O filme Homem-Formiga, entre tantas outros filmes do gênero, parece ser só mais um, e pelo título, inútil, mas não se enganem: “Quem vê título, não vê produção!” Quem puder assistir verá que se trata de um dos melhores filmes baseados em HQ’s. Divertidíssimo, inteligente, sarcástico e irreverente. Não deixa o espectador no tédio em momento algum.
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