A gravidez na adolescência já foi retratada de várias maneiras nas telas do cinema, o que leva a pensar que qualquer filme procedente possa estar desgastado.

"Juno" prova o contrário, mostra de uma maneira diferente a gravidez precoce, de uma forma leve, encantadora, instrutiva e principalmente sincera.

Talvez seja por esse motivo que "Juno" tenha sido o "azarão" do Oscar, visto que tenha concorrido com filmes com produções mais caras e grandiosas, como "Onde os fracos não tem vez", "Sangue Negro" e todos esses filmes que costumo chamar de "Oscarizáveis", cuja definição é: filmes que são feitos com a intenção principal e única de ganhar Oscars.

Muitos trataram “Juno" como "Pequena Miss Sunshine" de 2007 e a referência é válida, pois o filme mostra mais uma vez que às vezes são nas histórias mais simples e bem contadas que encontramos a real essência da 7ª arte, por muitas vezes perdida e esquecida.

Podemos dizer que as principais qualidades de "Juno" se deve ao roteiro, cujo trabalho é magnífico ao passar o medo, os diferentes tipos de amor, a dúvida e a descoberta interior. Outra fortíssima qualidade é o elenco. Todos estão ótimos, mas o destaque, é claro, vai para Ellen Page que atua de uma forma esplêndida, não é à toa que isso lhe rendeu uma indicação ao Oscar com apenas 20 anos de idade. Além da trilha sonora ser muito boa e conter o casal principal, que se sai muito bem cantando.

"Juno" é um grande sucesso, pois passa a mensagem que se propôs e ela vai muita além do tema: gravidez na adolescência, passa que não importa se cometemos erros, mas sim, de que forma podemos usufruir deles para nos transformarmos, nos conhecermos e crescermos. Além de mostrar que por mais difícil que seja, na vida temos que fazer escolhas, mesmo que elas não pareçam as mais corretas.

"Juno" consegue ser simples e ao mesmo tempo passar toda complexidade da situação. Ser profundo sem ser piegas. E isso o torna diferente, e de uma certa forma inesquecível, pois sua mensagem permanece em nossas mentes por um bom tempo, e ter essa qualidade é importantíssimo, ainda mais no cinema atual, onde encontramos produção em massa de filmes vazios e superficiais.