Saltar para o conteúdo

Perfis

Foto de Charlton Heston

Charlton Heston

Idade
84 anos
Nascimento
04/10/1923
Falecimento
05/04/2008
País de nascimento
Estados Unidos
Local de nascimento
Evanston, Illinois

Especializou-se em épicos bíblicos e em papéis rústicos, viris, em razão de seu porte físico

Um dos maiores canastrões do cinema americano, Charlton Heston ficou conhecido, na sua longa carreira de 60 anos, além da canastrice e filmes ruins nas telas, pelo conservadorismo, sua devoção às armas de fogo e ao Partido Republicano no plano pessoal. Nos quase 100 filmes em que apareceu, “interpretou” Moisés, Ben-Hur e Michelangelo (!), em geral em longuíssimos e kitsch épicos históricos em Cinemascope, que tanto fizeram sucesso na década de 70. Heston foi o ícone desse tipo de cinema. Morreu aos 84 anos em decorrência da mal de Alzheimer.

Seu porte atlético e cara de cavalo lhe garantiram toda sorte de papéis rústicos, de homens que usavam a força e que não precisavam de muita inflexão para transmitir sentimento – e Heston sempre esteve ladeado de muitos efeitos especiais. Ele fez Buffalo Bill, piloto de aviação, capitão de navio e até comandante de espaçonave intergalática, sempre com esforços que os críticos chamavam ironicamente de “graníticos” ou “de mármore”.

O sucesso teve início quando Cecil B. de Mille o convidou para ser Moisés no épico bíblico Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, 1956), então o filme mais caro já feito, com três horas e meia de duração,  cheio de efeitos especiais, como a abertura do Mar Vermelho. Catapultado ao estrelato, Heston nunca abandonaria o filão.

Quatro anos mais tarde faria Ben-Hur (idem, 1959), outro épico bíblico, em que cura a mãe e a irmã, portadoras de hanseníase (na época, ainda chamada pejorativa de lepra) apenas evocando aos céus uma abençoada chuva que tira a peste das familiares. O filme venceu 11 Oscar, recorde só igualado por Titanic (idem, 1997) e O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei (The Lord of The Ring - The Return of The King, 2003), incluindo o de melhor ator para Heston. No entanto, Ben-Hur entrou mesmo para a história pela corrida de bigas no final e pela homossexualidade sugerida pelos roteiristas (entre eles, Gore Vidal) entre o personagem de Heston e Stephen Boyd, que lutariam na cena famosa – Heston nem ficou sabendo que o personagem era gay nem nunca admitiu isso, ficando furioso quando mencionavam.

Mas Heston fez bons filmes. Orson Welles o dirigiu em A Marca da Maldade (Touch of Evil, 1958), na qual fez o papel de um investigador de narcóticos na fronteira do México com os EUA. Um clássico noir, o filme foi uma de suas menores bilheterias. Outro épico figura entre os melhores trabalhos: El Cid (idem, 1961), sobre um centurião que mata milhares de mouros na Espanha do século 11, além, claro, de Agonia e Êxtase (The Agony and the Ecstasy, 1965), de Carol Reed, na qual fez Michelangelo. As brigas que teve no set com Rex Harrison ficaram famosas, com o ator inglês o acusando de ter um ego por demais inflado. Heston respondeu: “Já interpretei três presidentes, três santos e dois gênios. Se isso não criar um problema de ego, nada o fará”.

Cinturão bíblico

Nascido Charlton Carter em 1923, em Evanston, Illinois, onde aprendeu a caçar. Charlton ganhou o sobrenome do padrasto depois que sua mãe se divorciou e casou-se novamente e se mudaram para Chicago. Lá, começou a estudar teatro na High School e, com a ajuda de uma bolsa da Northwestern University, formou-se ator.

Em 1944, casou-se como uma aluna do curso de teatro. No mesmo ano, alistou-se na aeronáutica, onde trabalhou com rádio-escuta por três anos. Na volta da guerra, os Heston mudaram-se para Nova York na tentativa de achar emprego como atores. Heston conseguiu o papel do tenente em Antonio e Cleópatra, na Broadway. Como o teatro não lhe oferecia muita oportunidade, tentou a televisão. Numa versão de Jane Eyre para a tela pequena, chamou a atenção do diretor Hal B. Wallis, que o convidou para o primeiro filme, Cidade Negra (Dark City, 1950). Dois anos depois, De Mille o chamou para O Maior Espetáculo da Terra (The Greatest Show on Earth, 1952), um tremendo abacaxi vencedor do Oscar de melhor filme.

Fez um oficial da marinha em 55 Dias em Pequim (55 Days at Peking, 1963), de Nicholas Ray, um general em A Batalha do Nilo (Khartoum, 1966). Em 1965, voltou à Judéia de Ben-Hur interpretando João Batista em A Maior História de Todos os Tempos (The Greatest Story Ever Told, 1965), de George Stevens. Ainda na linha de interpretar personagens duros, fez três westerns (entre eles, Da Terra Nascem os Homens [The Big Country, 1965]) e o vilão Cardeal Richelieu em Os Três Mosqueteiros (The Three Musketeers, 1973). Em 1968, fez Planeta dos Macacos (Planet of Aples, 1968), um de seus papéis mais populares, na qual também fez a primeira das quatro sequências.

Política

Charlton Heston foi de início filiado ao Partido Democrata, sempre fazendo campanha, no entando, pelos candidatos conservadores. Foi um dos grandes apoiadores de Martin Luther King, tendo participado da histórica caminhada pelos direitos humanos em 1963, na capital Washington. Foi também presidente do Sindicato dos Atores, de 1966 a 1971.

Com a chegada de Ronald Reagan ao poder em 1987, um antigo amigo, Heston bandeou-se para o Partido Republicano e passou a militar contra o que chamava de "derrocada dos valores americanos". Em 1996, engajou-se na campanha política de 50 políticos republicanos e tornou-se um dos mais verborrágicos críticos de Bill Clinton. 

Eleito em 1998 presidente da Liga Nacional do Rifle, tornou-se porta-voz da campanha a favor do indivíduo armar-se, que valeu a Heston uma involuntária e constrangedora aparição no documentário Tiros em Columbine (Bowling for Columbine, 2002), de Michael Moore, na qual seus adversários mais irônicos diziam se tratar de sua melhor performance no cinema. Pela sua dedicação aos valores dos imigrantes pioneiros (orgulho, independência e valor), o presidente George Walker Bush condecorou Heston com a medalha da liberdade.

Sua última aparição foi numa ponta na refilmagem que Tim Burton fez de Planeta dos Macacos (Planet of Aples, 2001), maquiado de símio.

Filmografia

Título Prêmios Ano Notas
Armageddon
Narrador (voz)
1998
5,0
6,4
Tiros em Columbine
Ele mesmo
2002
8,1
8,3
Planeta dos Macacos
George Taylor
1968
8,1
8,2
2001
6,5
6,2
Hércules
Narrador (voz)
1997
5,4
6,4
Domingo Qualquer, Um
Commissioner
1999
5,4
6,5
1958
7,8
Ricos, Bonitos e Infiéis
Pai de Eugenie
2001
1971
6,0
À Beira da Loucura
Jackson Harglow
1994
8,3
7,7
1996
4,4
Hamlet
O ator (o Rei na peça)
1996
7,4
1993
7,1
Como Cães e Gatos
O Mastiff (voz)
2001
4,5
55 Dias em Pequim
Major Matt Lewis
1963
1993
5,5
No Mundo de 2020
Detetive Thorn
1973
7,3
Irmandade, A
Prof. Walter Finley
2001
4,3
Ilha do Tesouro, A
Long John Silver
1990
Júlio César
Marc Antony
1970
Terremoto
Stewart Graff
1974
5,5
Lafitte, o Corsário
General Andrew Jackson
1958
Três Mosqueteiros, Os
Cardeal Richelieu
1973
Trindade Violenta
Capitão Colt Saunders
1956
De Volta ao Planeta dos Macacos
Coronel George Taylor
1970
5,9
Trágica Emboscada
James 'Jim' Aherne Jr. / War Bonnet
1952
Solar Crisis
Almirante 'Skeet' Kelso
1990
2010
Ben-Hur: O Épico que Mudou o Cinema
Ele mesmo (entrevista de 2001/arquivo)
2005
1965
Khartoum
Gen. Charles 'Chinese' Gordon
1966
Agonia e Êxtase
Michelangelo
1965
7,1
Segredo dos Incas, O
Harry Steele
1954
1980
Reencarnação
Matthew Corbeck
1980
Montanha do Ouro, A
Silas McGee / Ian McGee
1982
Vingança de Milady, A
Cardeal Richelieu
1974
Navio Condenado, O
John Sands
1959
Aeroporto 75
Alan Murdock
1974
Signo dos Quatro, O
Sherlock Holmes
1991
1953
Batalha de Midway, A
Capitão Matt Garth
1976
Nairobi
Lee Cahill
1984
1998
Pânico na Multidão
Capitão Peter Holly
1976
1968
Pombo que Conquistou Roma, O
Cap. Paul MacDougall / Benny / Narrador
Globo de Ouro (indicação) 1962
Tiranos Também Amam, Os
Richard Howland
1962
Aventuras de Búfalo Bill, As
Buffalo Bill - William Cody
1953
Últimos Machões, Os
Sam Burgade
1976
1965
Anjo Vingador, O
Brigham Young
1995
Dez Mandamentos, Os
Moisés/Voz de Deus
Globo de Ouro (indicação) 1956
7,9
1952
5,8
6,5
Juramento de Vingança
Major Amos Charles Dundee
1965
6,9
True Lies
Spencer Trilby
1994
7,7
7,4
El Cid
El Cid Rodrigo de Bivar
1961
7,8
Ambição que Mata
Dr. Tom Owen
1953
À Sombra das Pirâmides
Marco Antônio
1972
2003
1967
Cidade Negra
Danny Haley / Richard Branton
1950
Príncipe e o Mendigo, O
Henrique VIII
1977
Ben-Hur
Judah Ben-Hur
Globo de Ouro (indicação)
Oscar (prêmio)
1959
8,1
8,6
Marca da Maldade, A
Ramon Miguel 'Mike' Vargas
1958
9,0
8,6
Senhor das Ilhas, O
Whip Hoxworth
1970
Fúria do Desejo, A
Boake Tackman
1952
Selva Nua, A
Christopher Leiningen
1954
Título Prêmios Ano Notas
1982
1972
Título Prêmios Ano Notas
1972